O prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, que também é presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), afirmou nesta segunda-feira (21), em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, ter formalizado pedido de ajuda aos governos estadual e federal para combater os incêndios florestas na fronteira da Argentina com o Brasil. Os efeitos do fogo já são sentidos no município gaúcho — como fuligem sobre casas e veículos, ardência nos olhos, qualidade do ar prejudicada, entre outros.
— Os incêndios em Santo Tomé (município argentino) são absurdos, incontroláveis. Já foram mais de 800 mil hectares de área dizimada. Recebemos um pedido do governador da província de Corrientes e do intendente de Santo Tomé de apoio que o Estado do Rio Grande do Sul e o país pudessem dar — disse Bonotto.
Segundo o prefeito, Bombeiros gaúchos trabalham há mais de 48 horas na tentativa de controlar as chamas que consomem parte do município argentino. Para ele, o fato de o fogo ter atingido plantações de pinos e eucaliptos ajuda na velocidade dos incêndios.
— Nós vimos de uma parte mais alta da cidade um nevoeiro, às vezes com alguma ardência nos olhos e também aquele cheiro forte de fumaça. Traz um aspecto bem diferente no dia a dia de nós que estamos em São Borja — contou.
Bonotto disse ainda que, no domingo (20), choveu pouco no município e que a água serviu apenas para abafar ainda mais o ar na região.
— Trouxe um montante muito maior de fumaça para a nossa cidade. A nossa preocupação é muito grande. A estiagem assola mais de 400 municípios no Rio Grande do Sul, e aqui não é diferente. Na Argentina também afeta. A única coisa que pode resolver é uma chuva de grande porte — concluiu.
Segundo a Climatempo, há previsão de chuva para as áreas de Uruguaiana e São Borja nesta segunda-feira, mas serão pancadas isoladas. Nesta semana, por conta da formação de um bloqueio atmosférico que concentrará chuvas entre o Rio Grande do Sul, a Argentina e o Uruguai, a previsão é de acumulados entre 30 e 60 milímetros em partes do Estado — ficando entre 15 e 30 na Fronteira Oeste.