Os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal) e o governador em exercício, Gabriel Souza, reuniram-se no Palácio Piratini nesta sexta-feira (7) para debater o efeito da estiagem no Rio Gravataí. A construção de 13 microbarragens, que devem auxiliar o abastecimento em épocas de seca, foi solicitada pelos prefeitos.
Os baixos níveis de água das bacias hidrográficas, por conta da falta de chuva e da alta temperatura, podem resultar em racionalização ou falta de água em diversas cidades da Região Metropolitana. O prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon (MDB), ressaltou que os problemas com a estiagem e a construção de barragens são temas antigos e que o Rio Gravataí é um importante manancial para o abastecimento de mais de 500 mil pessoas.
— A construção de 13 microbarragens vai dar perenidade ao Rio Gravataí e os investimentos não são tão altos. Essas obras foram autorizadas pela Metroplan (Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional), mas não tivemos nenhum andamento nesse sentido. E nosso apelo é que precisamos começar a tratar de uma vez desse tema para que essas cidades não fiquem sem abastecimento futuramente — destacou.
Zaffalon também alertou que, se a seca perdurar por mais 15 dias, pode ser necessário o racionamento de água ou pode ocorrer até o desabastecimento total de diversas cidades.
O presidente da Granpal e prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), defendeu planos de curto, médio e longo prazo a serem seguidos para evitar problemas de abastecimento.
— Aqui é uma demonstração de como a humanidade está tratando mal o meio ambiente e isso pode ocasionar a falta de água em diversos municípios. Precisamos dar continuidade a essa agenda de discussões, principalmente a curtíssimo prazo, porque ninguém pode ficar sem água — afirmou.
O governo disse que as liberações ainda não estão com a Metroplan e estão sendo analisadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), mas há interesse em agilizar os processos. De acordo com a Corsan, para aliviar os problemas a curto prazo, a companhia está mudando pontos e instalando balsas para a captação de água, mas admite que pode chegar a um limite no qual se precise partir para o racionamento.
Programa Assistir na Saúde
A deputada estadual Patrícia Alba (MDB), coordenadora dos trabalhos da Comissão de Representação Externa, que avaliou as mudanças no Programa Assistir na Saúde, também fez a entrega ao governador em exercício do relatório final da comissão. A medida proposta pelo governo do Estado pode ocasionar perdas de R$ 205 milhões nos repasses da saúde aos hospitais públicos da região.
Patrícia destacou que a Região Metropolitana é a que mais perde recursos, mas outras regiões também perderão.
— Esse foi um trabalho intenso que deixou todos muito preocupados com a situação caótica que pode se tornar a saúde do Rio Grande do Sul. Precisamos olhar com seriedade para essa questão — ressaltou.
O prefeito Melo disse que acredita na sensibilidade do governo para que, com muito diálogo, se possa encontrar uma solução.
— Não podemos tratar os desiguais de forma igual — defendeu.