Uma tenda foi montada próximo ao Foro de Porto Alegre para acolher familiares de vítimas e sobreviventes do incêndio na boate Kiss durante o julgamento do caso. O júri começa às 9h desta quarta-feira (1º) e deve durar cerca de duas semanas.
Um grupo de 40 moradores de Santa Maria chegou à Capital na terça-feira (30) para acompanhar as sessões. Eles foram recebidos na chamada "Tenda do Cuidado" no começo da noite.
Todo o deslocamento das famílias dentro da cidade será feito com dois ônibus da prefeitura. A participação no julgamento será possível graças a uma junção de esforços de instituições, do poder público e da sociedade civil.
O secretário municipal de Desenvolvimento Social de Porto Alegre, Léo Voigt, explica que a operação foi organizada, no último trimestre, por quatro frentes: Ministério Público, com apoio da coordenadora do Centro de Apoio aos Direitos Humanos, Gisele Monteiro; arquidiocese de Porto Alegre, com o bispo auxiliar dom Adilson Busin; pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM); e pela prefeitura da Capital.
O Comando Militar do Sul também apoiou a iniciativa, disponibilizando as acomodações onde as famílias ficarão hospedadas, junto ao quartel da Rua dos Andradas, no Centro. Além disso, o militares instalaram a tenda com móveis que será utilizada para o acolhimento das famílias.
Segundo Voigt, 10 restaurantes de Porto Alegre estão oferecendo os almoços. As refeições serão realizadas em um estabelecimento diferente a cada dia. À noite, a sociedade civil organizada fornecerá um lanche reforçado, que será servido entre 18h e 19h30min, mas ficará disponível na tenda para quem chegar mais tarde.
— É um ambiente de acolhimento, de cuidado, que será disponibilizado para as famílias, que poderá ser usado conforme as necessidades. A estrutura contém móveis com lounge, tapetes, sofás. Terá grupo de voluntariado organizado por vários membros, inclusive com apoio da UFRGS, atendimento com oficinas e psicólogos — comenta.
O prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, que também recepcionou as famílias na Capital, agradeceu à empresa Planalto, que forneceu o ônibus e destacou que a prefeitura desapropriou o prédio da Kiss para a criação do memorial com investimento de R$ 1,2 milhão e promoveu uma ação de vacinação específica para os familiares.
