A desembargadora eleita Iris Helena Medeiros Nogueira foi eleita na segunda-feira (6) presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). Primeira mulher a frente do Poder Judiciário gaúcho, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, afirmou que pretende enfrentar os desafios tecnológicos impostos ao tribunal, como a segurança digital e a total virtualização dos processos. O fato de ser uma mulher, diz que nunca foi problema na sua atuação na Justiça.
— Temos muitas questões que precisam ser enfrentadas e que nós queremos verdadeiramente enfrentar e resolver.
A desembargadora eleita, que toma posse em fevereiro de 2022, disse que nunca enfrentou dificuldade no seu trabalho por ser mulher e negra. Garantiu que sempre foi muito bem recebida nos lugares que trabalhou. Reforça que os desafios se apresentaram em caráter puramente profissional, na análise dos processos.
— A minha forma de ser, de me relacionar com as pessoas deixa tudo mais leve. É o que eu procuro (...) Sempre fui muito bem recebida em todas as comunidades que estive, em todas as comarcas que jurisdicionei e os desafios foram os naturais.
Ao ser convidada a falar mais sobre si mesma, Iris Helena, afirmou que é uma pessoa apaixonada pela Justiça.
— Iris Helena Medeiros Nogueira é mulher, negra, uma pelotense, uma gaúcha que ama sua terra natal, que tem emoção pela sua carreira e pela Justiça.
Um dos legados que pretender deixar para o Judiciário gaúcho é a total digitalização dos processos. A sua gestão também irá se dedicar desafio imposto pelo ataque hacker sofrido pelo TJ, com investimento em TI durante sua gestão, assim como está sendo investido atualmente. Ao falar sobre o aprimoramento do Sistema Eproc, destaca que nenhum documento ou processo foi perdido no incidente.
— Nossa grande vitória foi que não perdemos nenhuma folha, nenhum documento. Isto é vitória diante do quadro tão oneroso — disse, se referindo ao incidente que paralisou o Judiciário estadual.
Iris Helena destacou a respeito da aprovação do plano de carreira para a nomeação de novos servidores do Judiciário. Afirmou também que o projeto não está gerando uma despesa maior para os cofres públicos, pois se assim fosse, o texto não teria sido aprovado.
— A implementação do merecido plano de carreira, um reconhecimento aos nossos servidores que o aguardam há cerca de 40 anos. E que agora, na administração do desembargador Voltaire, conseguimos a aprovação pela Assembleia e a sanção pelo governador. Agora é a sua implantação.
A respeito do retorno pleno ao presencial do trabalho do Judiciário, Iris Helena afirma que essa questão está sendo apreciada ainda pela atual gestão, mas por ora não há qualquer definição.
— O judiciário não parou em nenyum momento. Nós continuamos de forma plena atendendo a todas as demandas. Independentemente do horário, nós temos plantão, temos um atendimento 24 horas permanente.