De acordo com dados do Painel Sipaer, ferramenta de visualização de dados sobre aviação civil brasileira, o Rio Grande do Sul é o terceiro Estado com maior número de mortes decorrentes de acidentes aéreos no Brasil nos últimos 10 anos. As primeiras duas posições ficaram com São Paulo e Mato Grosso, respectivamente.
Segundo o levantamento, nos últimos 10 anos em São Paulo, aconteceram 389 acidentes aéreos (25% do total ocorrido no Brasil) e 160 mortes (18,1% dos casos no país). Já em Mato grosso, foram 171 acidentes (11,3% do total) e 82 óbitos (9,3%).
No RS, que ocupa a terceira posição, ocorreram 165 acidentes aéreos e 31 mortes. Esses números equivalem a 10% do total de casos ocorridos no Brasil (1,5 mil) e 3,5% do número de vítimas no país (880).
Ainda de acordo com o levantamento, no Rio Grande do Sul foram registrados 51 incidentes graves — envolvem circunstâncias que indicam elevado risco de acidente relacionado à operação de uma aeronave — e 128 incidentes que podem afetar a segurança da operação.
Em números absolutos, não levando em consideração o volume dos voos e o tamanho da frota, o maior índice de mortes no Rio Grande do Sul é proveniente de atividades agrícolas — 13 óbitos em 72 acidentes. Em seguida, estão os casos de voos de instrução — duas mortes em 33 acidentes — e deslocamentos particulares — cinco vítimas fatais em 23 acidentes.
O estudo considera como acidente as ocorrências que envolvam pessoas com lesão grave, óbitos, aeronave com falhas estruturais ou causadas por danos ou aeronaves desaparecidas ou aterrissadas em locais inacessíveis.
Apesar da posição ocupada pelo Estado gaúcho, para Cláudia Fay, docente do curso de Ciências Aeronáuticas da Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a estatística para o Rio Grande do Sul está estável e a quantidade de acidentes não é grande.
Ainda de acordo com a especialista, a partir dos dados proporcionais da aviação civil brasileira se comparados a outros meios de transporte é possível confirmar que viajar de avião é mais seguro do que utilizar outros transportes. No caso de voos comerciais, há ainda mais segurança devido à fiscalização imposta sobre as companhias aéreas. O número maior de acidentes acontece no caso de voos particulares.