A Polícia Civil de Campo Bom abriu um terceiro inquérito para investigar três mortes ocorridas no Hospital Lauro Reus na semana passada. Familiares dos pacientes fizeram registro de ocorrência pedindo apuração sobre as circunstâncias dos óbitos. Os casos não eram de covid-19.
Conforme a delegada Raquel Peixoto, que responde interinamente pela DP de Campo Bom, o trabalho está no começo, e a polícia ainda aguarda os prontuários médicos dos pacientes para aprofundar a investigação:
— É muito cedo para dizer qualquer coisa, se foi algum problema de oxigênio ou de atendimento.
Enquanto isso, seguem tramitando outros dois inquéritos sobre mortes ocorridas no Lauro Reus. O primeiro está relacionado ao episódio de 19 março, quando seis pacientes que estavam entubados morreram durante ou logo depois de o fornecimento de oxigênio sofrer interrupção.
A segunda investigação verifica se outras 15 mortes, ocorridas em dias posteriores, podem ter relação com a falta de oxigênio registrada em 19 de março.
Sindicância do próprio hospital confirmou que o tanque central de oxigênio ficou zerado naquele dia e que as baterias reservas não funcionaram como deveriam.
Nesta segunda-feira (7), o alarme do sistema de oxigênio do hospital foi acionado. A direção emitiu nota afirmando que não houve falta de ar e que nenhum paciente deixou de ser atendido. O hospital, que é gerenciado pela Associação Beneficente São Miguel (ABSM), disse não saber o motivo para o alarme ter tocado.
No começo da tarde, por meio de nota, a Air Liquide, empresa que fornece oxigênio ao hospital informou que esteve no local e constatou que "a válvula do tanque de oxigênio estava indevidamente fechada e o abastecimento sendo feito pelos cilindros da central backup, que estavam integralmente disponíveis. A empresa desconhece os motivos pelos quais se deu o fechamento da válvula do tanque".
A delegada Raquel enviou pedido de explicações ao hospital. Policiais também foram ao local para fazer apuração preliminar.
GZH aguarda manifestação do Hospital Lauro Reus.