A Polícia Civil informa que não havia um quinto indígena na cadeia que pegou fogo na última quarta-feira (21) na comunidade Alto Recreio, na Reserva da Serrinha, em Ronda Alta, no norte do Estado.
Segundo a investigação, o jovem, de 18 anos, estava na festa que motivou a detenção de outras quatro pessoas — e que acabaram morrendo no incêndio. Contudo, havia se retirado para dormir antes da abordagem feita a mando do cacique local.
O jovem e outras cinco testemunhas já prestaram depoimento. O cacique, Marciano Claudino, e os índios responsáveis pela prisão do grupo serão ouvidos na próxima segunda-feira.
O delegado responsável pelo município, Leandro Antunes, diz que um dos indígenas detidos teria sido agredido por tentar fugir. Além das causas do incêndio, este fato também será investigado.
A polícia trabalha com várias possibilidades em relação à motivação do incêndio, mas por enquanto prefere não divulgar. No entanto, Antunes confirma que não descarta a hipótese de ato criminoso. Os resultados periciais devem ficar prontos em 30 dias a partir da data da ocorrência.
As vítimas foram identificadas como Josué Gabriel Silveira, 23 anos; Suzana Mariano, 24; Esmael Batista, 25, e Edilson Kesig Paulo, 21 anos.
A comunidade de 12 mil hectares tem cerca de 3 mil indígenas caingangues e guaranis, abrangendo os municípios de Ronda Alta, Constantina, Três Palmeiras e Engenho Velho. O local fica distante pouco mais de 60 quilômetros de Passo Fundo.
Segundo a polícia, o Estatuto do Índio permite punições próprias, desde que não ultrapassem os limites da ética e que todos os direitos sejam assegurados.