Um estabelecimento que vendia carne de cavalo no lugar da de boi foi interditado no município de Tubarão, no sul de Santa Catarina. O dono foi preso de forma preventiva pela Polícia Civil. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa de pessoas ligadas à loja. A ação ocorreu no último sábado (13). Os nomes do homem e do local não foram divulgados.
Conforme as autoridades, outras irregularidades foram constatadas, como produtos vencidos misturados com cortes de carne que estavam à venda, armazenamento da carne de forma inadequada, peças inteiras e pedaços sem identificação e falta de higiene, que causava forte odor.
Pessoas ligadas a loja podem responder, segundo a polícia, por receptação qualificada e crimes contra as relações de consumo, com penas previstas de até 18 anos de prisão.
De acordo com a polícia, as investigações começaram há cerca de seis meses, depois que dois homens foram presos em Imaruí, também no sul de SC, por envolvimento em abatedouros ilegais. A partir disso, investigadores descobriram que uma casa de carnes de Tubarão estaria comercializando carne equina como se fosse bovina, "ludibriando os consumidores e colocando em risco a saúde pública", segundo a Polícia Civil.
Ainda segundo a apuração, os cavalos eram mortos de forma clandestina.
Diversas amostras de carne comercializadas pelo estabelecimento foram coletadas durante as investigações e encaminhadas para Brasília, para realização de exames periciais, em cooperação firmada junto ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. Os exames periciais de sequenciamento genético constataram que, misturados à carne bovina, havia carne de cavalo e de búfalo.