A festa realizada em um cemitério de Pelotas pode ter sido organizada por uma produtora de eventos clandestinos, segundo a Polícia Civil. A investigação apura a ligação de outras festas do tipo que foram desarticuladas nos últimos dias com a realizada realizada na madrugada da última terça-feira (2).
Após analisar imagens que circularam pelas redes sociais, os policiais identificaram materiais de divulgação chamando para esse evento e para outros, todos em meio à pandemia do coronavírus. Após a repercussão na mídia, os supostos organizadores encerraram as contas nas redes sociais e removeram amigos para tentar se desvencilhar do evento.
— Tínhamos noção de que, quando a notícia fosse ao ar, teríamos mais indícios nas redes sociais. Esses indivíduos utilizam as redes para divulgar os eventos. Várias outras festas anteriores sempre chegavam para a nossa inteligência e conseguimos desarticular — explicou o delegado responsável pelas investigações, Sandro Bandeira.
A expectativa é que o inquérito seja concluído nos próximos dias. Segundo os policiais, aproximadamente 150 pessoas estiveram no evento que começou em uma residência no distrito do Cerrito Alegre, zona rural de Pelotas, e foi se espalhando até chegar próximo aos túmulos de um cemitério.
Como nenhuma sepultura foi danificada, os organizadores poderão ser enquadrados apenas no artigo 268 do Código Penal, por infringirem a determinação do poder público destinada a impedir disseminação de doença contagiosa. Além disso, os frequentadores e organizadores podem ser multados pela prefeitura de Pelotas por descumprirem a lei municipal que proíbe aglomerações no município.
— A nossa prioridade é total nesse caso para dar exemplo à população de que casos como esse não podem acontecer — diz Bandeira.