O prefeito de Macapá, Clécio Luís, descreveu nesta sexta-feira (6) um cenário de calamidade sobre a situação no Amapá, que está há mais de 60 horas sem energia elétrica e, por consequência, sem água.
— O sistema de distribuição de água também está comprometido. No meio urbano, a gente precisa de energia para quase tudo, inclusive abastecimento de água — relatou o prefeito, que decretou estado de calamidade pública, em entrevista ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha.
O apagão energético ocorreu após um raio atingir uma subestação que pegou fogo na noite da última terça-feira (3). A situação acontece no momento em que o Estado enfrenta o aumento dos casos de coronavírus, afetando também os hospitais da capital.
Segundo o prefeito, a situação é remediada com geradores e pontos móveis para o atendimento da população na parte da saúde.
— Tivemos que recolher vacinas que estavam armazenadas sem refrigeração — disse.
O comércio local também enfrenta grandes dificuldades. Um dos exemplos citados por Clécio é o descarte de alimentos perecíveis por falta de armazenamento adequado. Por conta do pânico gerado na população, houve também corrida aos supermercados e postos de gasolina, causando desabastecimento de itens básicos.
— Estamos atuando em várias frente, como caminhões-pipa em bairros de periferia e pontos de apoio através do serviço de social. Tudo ficou anormal. Apenas uma emissora de TV e uma DE rádio conseguiram continuar gerando conteúdo. A telefonia é uma loteria e o apagão é geral.
Por conta do apagão, houve uma corrida até lugares com geradores, como shoppings e aeroportos, para carregar a bateria de celulares e equipamentos eletrônicos.
—Parece cena de filme — resumiu o prefeito.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que a situação pode demorar até 10 dias para ser completamente normalizada.