Um incêndio em uma subestação de energia no Amapá deixa maior parte do Estado sem energia elétrica desde terça-feira (3). O fogo tomou conta da subestação e interrompeu cerca de 250 megawatts de carga elétrica. Ao todo, 14 dos 16 municípios do Estado ficaram sem energia.
O governo tem a expectativa de restabelecer o fornecimento de energia em 70% do Amapá ao longo desta quinta-feira (5). Mas a retomada das condições normais de atendimento em todo o Estado deverá levar mais tempo, segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
— Em até 30 dias vamos restabelecer as condições normais de fornecimento no Amapá. A prioridade é restabelecer o fornecimento para a população. Estamos trabalhando para que isso ocorra na maior brevidade possível. Ainda no dia de hoje, e se não for, amanhã ou depois de amanhã — disse Albuquerque.
O restabelecimento da carga teve início na quarta (4), às 6h09min, com a recomposição parcial da usina de Coaracy Nunes. O incêndio destruiu dois dos três transformadores da subestação, mas um deles poderá ser reparado nesta quinta.
— Temos perspectiva de reparo de um dos transformadores ainda no dia de hoje. Se for bem sucedido, isso restabelecerá de 60% a 70% da carga do Amapá — disse o ministro, que está no Estado para monitorar as ações.
Para minimizar os impactos da falta de energia, o governo planeja outras ações emergenciais. Geradores de energia do Amazonas serão enviados ao Amapá para atender os serviços essenciais e as localidades consideradas prioritárias pelo governo estadual.
Em paralelo, o governo quer trazer dois transformadores para substituir os equipamentos danificados. Um virá da subestação de Laranjal do Jari, no Amapá, por meio de balsas, em até 15 dias; outro será trazido de Boa Vista (RR), mas terá de ser transportado até Manaus (AM) e, depois, para Macapá, o que levará até 30 dias.
O secretário de Energia Elétrica do MME, Rodrigo Limp, disse que o governo trabalha para antecipar esses prazos.
— Com a entrada do segundo transformador em até 15 dias, o atendimento será de 100% da carga — acrescentou.
Ele não descartou, no entanto, que, em alguns momentos, durante os primeiros 15 dias, a energia tenha que ser racionada:
— Naturalmente, temos que trabalhar com o governo do Estado e com a companhia de energia para priorizar, primeiramente, aqueles serviços essenciais, naturalmente visando atender o máximo de pessoas possível. Em alguns momentos é possível que seja atendida toda a população, e, em outros, dependerá do consumo momentâneo dos consumidores do Amapá.
Na manhã desta quinta, a Casa Civil realizou uma reunião emergencial com diversos ministérios para adoção de medidas para mitigar as consequências do apagão. De acordo com Albuquerque, a ideia é coordenar medidas logísticas e unir esforços para restabelecer o atendimento.