O presidente Jair Bolsonaro ignorou nesta quarta-feira (18) perguntas sobre o novo apagão no Amapá, ocorrido nesta terça (17) 15 dias depois da população do Estado ficar completamente no escuro. Na primeira vez, o presidente demorou quatro dias para se pronunciar e, quando o fez, em transmissão pelas redes sociais, isentou o governo federal de responsabilidade sobre o problema.
Nesta quarta-feira (18) Bolsonaro foi questionado sobre o assunto por jornalistas em duas oportunidades durante cerimônia que participou em Flores de Goiás (GO), cidade a 234 km de Brasília. Em ambas, o presidente não parou para responder.
O assunto também foi ignorado em seu discurso no evento, em que o governo entregou títulos de terras a assentados da região.
Na noite de ontem, um novo blecaute atingiu todo o Estado, deixando a população de ao menos 13 cidades sem energia elétrica. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou como possível causa a falha em uma linha de transmissão da empresa responsável pela distribuição no Estado, a Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA).
No último dia 9, quando voltou a falar sobre a falta de energia no Amapá nas redes sociais, Bolsonaro havia dito que o problema estava sendo normalizado e que 70% do Estado a energia já havia sido restabelecida. O fornecimento, no entanto, nunca chegou a ser completamente restabelecido e desde então vinha funcionando em esquema de rodízio. Como mostrou o Estadão, a vida de moradores afetados pelo apagão seguia repleta de improvisos e dificuldades por causa da situação.
Na ocasião, Bolsonaro reforçou as críticas à empresa fornecedora de energia no Estado e disse que o Ministério de Minas e Energia ainda estava apurando o que havia ocorrido.
— Essa energia lá não é responsabilidade do Estado nem da União. É de uma empresa lá que ganhou a concessão — afirmou, em live transmitida no último dia 9.
Nesta quarta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou ofícios ao ONS, à Companhia de Eletricidade do Amapá e à concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) cobrando explicações sobre o apagão no Amapá de ontem.