Está prevista para a próxima segunda-feira (26) a homologação do novo calado do porto de Rio Grande. Com a profundidade ampliada de 12,8 para 14 metros, o terminal ganhará a possibilidade de receber navios de maior capacidade. A obra de dragagem no terminal, que retirou 16 milhões de metros cúbicos de sedimentos nos 30 quilômetros do canal de acesso, teve o contrato assinado em 2015, custou quase R$ 500 milhões e foi concluída após atrasos na documentação e paralisações judiciais.
A partir da nova classificação, a expectativa é de maior atratividade financeira para carga e descarga no porto, já que a utilização de navios de maior porte leva à redução no valor do frete. Por isso, é esperada a ampliação na movimentação de 10% para o ano que vem.
— A soma dos fatores posiciona o porto de Rio Grande com muito interesse internacional. Novas linhas marítimas vindo pra cá, não apenas para trazer mais carga ao Rio Grande do Sul, mas para a América do Sul — relata o superintendente dos Portos do Estado, Fernando Estima.
De acordo com ele, na cerimônia marcada para as 10h desta segunda-feira (26), no Palácio Piratini, será anunciado o lançamento, no primeiro semestre de 2021, de um edital de licitação para a manutenção permanente do canal de acesso ao terminal. O evento terá a presença do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e do governador Eduardo Leite.
Histórico
Antes da obra atual, a última dragagem no canal do porto de Rio Grande foi realizada em 2013. A ação deveria ser repetida a cada a cada dois anos para evitar assoreamento e permitir a navegação em segurança. Em 2015, o governo federal assinou um contrato com o consórcio das empresas Jan De Nul e Dragabrás para realizar o serviço, mas a demora na licença ambiental atrasou a obra. Inicialmente, o custo do serviço foi definido em cerca de R$ 300 milhões.
Para conseguir a aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o governo gaúcho decidiu suprimir obras de aprofundamento e alargamento de alguns trechos, para não ser necessário um novo projeto, o que atrasaria ainda mais a intervenção. Com isso, a ação foi considerada manutenção, e não ampliação do canal. Ainda assim, foi possível ampliar a profundidade, aumentando, com isso, a capacidade de navegação.
Ministro na Capital
Além da homologação do novo calado do porto, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, também vai vistoriar as obras da nova ponte do Guaíba e da ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho.