Aos 91 anos, completados em 2 de setembro, morreu na quinta-feira (10) Yolanda Britto, mãe do ex-governador do Estado Antônio Britto. Yolanda lutava contra o Alzheimer e, no mês passado, chegou a contrair a covid-19, mas reagiu bem à doença. Nos últimos dias de agosto, no entanto, foi internada no Hospital Moinhos de Vento após um agravamento do seu estado de saúde.
Uma dos 13 filhos do imigrante libanês Pedro Karam, Yolanda nasceu em Pelotas, no sul do Estado, e, ainda na infância, mudou-se para Bagé, na Campanha, onde o pai abriu uma loja de tecidos e onde ela cursou a Escola Normal. Em Bagé, ela conheceu o jornalista e político Antônio Britto, com quem se casou ainda muito jovem. Com o marido, viveu um tempo em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, e em Santana do Livramento, município em que eles abriram um jornal e onde moraram durante 11 anos. Em Livramento também nasceram os três filhos do casal, Antônio, Roberto e Landa Mara.
Em 1963, Yolanda ficou viúva ainda muito jovem, com 33 anos. Com os três filhos ainda muito novos – o mais velho era Antônio, com 11 anos – precisou ser mãe e pai. Então, além da família, teve que se dedicar no trabalho. Já morando em Porto Alegre, foi funcionária pública federal, exercendo funções administrativas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando no Instituto de Artes e na secretaria da Faculdade de Direito.
— A gente veio a Porto Alegre em uma situação em que ela precisava trabalhar muito. Ela acordava às cinco da manhã para fazer comida para a gente, nos levava para a escola, ia trabalhar e, depois de nos buscar, ainda sentava conosco para ajuda nas atividades da escola. A grande preocupação da vida dela era cuidar da família — conta o ex-governador.
Depois de se aposentar, também foi muito presente na criação dos oito netos, que sempre tiveram uma avó muito presente, como uma segunda mãe. Além deles, também foi muito próxima enquanto pôde dos três bisnetos.
Todos que conheceram Yolanda foram impactados pela determinação dela em cuidar da família. Fez questão de incentivar na formação dos filhos. Além do ex-governador, Roberto fez carreira de executivo em grandes empresas do setor de varejo e Landa Mara atuou muito tempo na área de turismo.
Uma história que o ex-governador conta e que define a sua mãe foi quando teve um de seus primeiros reveses no cargo. Ao perder a concorrência para a instalação de uma fábrica da montadora Renault para o Paraná, ele participou de uma edição do painel Tá na Mesa, da Federasul, em que disse que Yolanda o ensinou a nunca se queixar dos problemas e a nunca desistir de buscar soluções. Pouco tempo depois, com a chegada da GM, no mesmo Tá na Mesa, lembrou do ensinamento de perseverança e determinação.