Fundada em 1964, Zero Hora completa seu 56º aniversário nesta segunda-feira (4) diante de uma rotina inédita. Pela primeira vez em sua história, o amplo salão no 4º andar do prédio na esquina das avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, em Porto Alegre, está desocupado, e praticamente toda a Redação Integrada trabalha de casa. Essa é a mais profunda mudança na dinâmica de ZH desde que circulou sua edição de lançamento. Distantes do ambiente efervescente da Redação Integrada, profissionais adaptaram suas práticas de trabalho para dar forma ao jornal que diariamente informa e conecta os gaúchos.
O compromisso com o jornalismo de qualidade neste momento sem precedentes na história mundial permanece inabalável. Dezenas de editores, repórteres e fotógrafos direcionaram sua atividade para a cobertura da pandemia de coronavírus, focada em seus desdobramentos econômicos, políticos e sociais. Profissionais também estão atentos à prestação de serviços e aos demais assuntos de interesse dos leitores, incluindo esporte e entretenimento.
– ZH sempre levou a sério o conceito da força-tarefa, do foco na cobertura que mais interessa ao leitor. Estamos sendo testados no limite neste conceito, pois é um fato inédito, com várias frentes de apuração e por estarmos operando de forma remota. Quanto maior o desafio, maior o aprendizado. Sairemos mais fortes como jornalistas e como equipe – analisa o gerente-executivo de Jornalismo, Nilson Vargas.
Transformação
Para oferecer conteúdo atualizado, além de esperança ao leitor, editorias foram reunidas em grande força-tarefa. Profissionais de áreas distintas da Redação Integrada têm contribuído com seu conhecimento sobre todos os aspectos do cotidiano impactados pela pandemia.
A transformação transcorre em um ambiente de reconhecimento do jornalismo profissional e de busca incessante por informações confiáveis. Em GaúchaZH, o recorde de audiência – 29 milhões de usuários em abril – demonstra que o público está valorizando mais do que nunca o conteúdo produzido.
– Nos momentos de crise e incertezas como o que estamos vivendo, a proliferação de conteúdos falsos aumenta. Mas são especialmente nesses momentos que o papel do jornalismo ganha ainda mais relevância. Não somos nós a dizer o que é importante: isso quem define é o público que nos lê, ouve e assiste. A nós cabe certificar, apontar possíveis caminhos, mostrar os avanços que chegam da área da ciência e da medicina e valorizar as boas ações que contribuam para uma sociedade melhor – afirma a editora-chefe de ZH, Dione Kuhn.
Em sintonia com os leitores, ZH mantém-se conectada na busca de soluções que unem ciência e economia, preservando a saúde pública. Para resguardar seus profissionais e noticiar os fatos com precisão, todos os processos foram adaptados para os escritórios domiciliares, respeitando o distanciamento social recomendado pela comunidade médica.
Debates sobre pautas são pelo celular e computador
A tradicional reunião de pauta das 8h foi transferida da sala 305, na Redação Integrada, para computadores e celulares. Em videoconferência, editores encontram-se remotamente todas as manhãs para discutir os assuntos que serão desdobrados ao longo do dia pela reportagem.
Para os profissionais, as dificuldades impostas pela ausência do contato físico entre os colegas têm sido supridas pelos meios eletrônicos. Jornalistas deslocaram a comunicação pessoal para intenso volume de telefonemas, mensagens e e-mails necessários para o alinhamento da cobertura.
Repórteres estão procurando substituir entrevistas presenciais por videochamadas e longas apurações pelo telefone. Mas, considerado atividade essencial, o jornalismo requer saídas às ruas. Nesses casos, os profissionais recebem tratamento especial, orientados a manter distanciamento de dois metros e a usar máscara e álcool gel distribuídos pelo Grupo RBS.
Pela natureza de sua atividade, a equipe de fotógrafos de ZH está na linha de frente. Esses profissionais têm registrado a crise sanitária pelas suas lentes, contando em imagens a história aos leitores que seguem em casa.
O “baixamento”, como se chama o processo de finalização do jornal, também foi modificado.
– Fechar o jornal remotamente exige um sistema de comunicação bem articulado entre editores e repórteres. Precisamos garantir que o processo de “baixamento” funcione sem ruídos – explica o editor de capa, Diego Araujo.
De casa, ZH celebra aniversário diferente. Os propósitos que nortearam a história nos últimos 56 anos, contudo, são os mesmos – o conteúdo de qualidade e, mais do que nunca, a permanente capacidade de transformação.