A zona rural de Doutor Ricardo, no Vale do Taquari, é a mais atingida no município pela falta da chuva que ocorre desde novembro do ano passado. De acordo com a prefeitura, pelo menos 12 famílias não possuem mais água para consumo e vários produtores não estão conseguindo fornecer para os animais. Para minimizar a situação, o Executivo municipal vem utilizando um caminhão para fazer a distribuição na região. Na semana passada, o governo federal liberou R$ 24 mil para a compra de combustível para o veículo.
Além disso, a prefeitura está construindo, com recursos próprios, uma rede de água para chegar às famílias afetadas. Na agricultura e pecuária, os prejuízos estimados pela Emater ultrapassam R$ 4,6 milhões, com destaque para as perdas nas safras de milho, que foi de 51,6%, e de fumo, de 25%.
A prefeita de Doutor Ricardo, Catea Maria Rolante, afirma que esta não é a primeira vez que o município é atingido pela estiagem, mas que nunca ocorreu uma situação semelhante a esta.
— Já enfrentamos uma grande seca em 2005, mas não foi semelhante a esta. Decretamos situação de emergência no início do ano e desde então os prejuízos só foram aumentando — revela a prefeita.
O decreto de emergência foi publicado pela prefeitura em 17 de janeiro, com a homologação pelo governo do Estado e o reconhecimento da União ocorrendo em março. Além do recurso já encaminhado pelo governo federal, o Executivo aguarda uma segunda aprovação de verba junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional para ampliação, melhoria e perfuração de três poços em diferentes comunidades. Junto ao governo do Estado, o pedido é para aprovação de um ofício solicitando poços e melhoria na rede hidráulica pública.
No Rio Grande do Sul, a Defesa Civil registra 389 municípios que decretaram situação de emergência por conta da estiagem. Destes, 322 tiveram o decreto homologado pelo governo do Estado e 268 foram reconhecidos pela União.