A Secretaria Estadual do Meio Ambiente divulgou nesta segunda-feira (6) um relatório que analisa a situação hidrológica e projeta as condições meteorológicas no Rio Grande do Sul neste primeiro semestre de 2020. O estudo aponta que a chuva, prevista para os próximos meses, pode ser insuficiente para reverter o quadro de estiagem no Estado.
As precipitações, segundo o documento, que devem ocorrer de forma mais regular e com volumes mais expressivos entre maio e julho, devem ser mal distribuídas pelo Estado.
Baseada nestas projeções, a secretaria destaca que não será possível a recuperação do sistema hídrico, que registra déficit histórico quando comparado com anos anteriores. Até o momento, oito bacias hidrográficas já se encontram em situação de alerta em função da baixa disponibilidade hídrica: Gravataí, Lago Guaíba, Sinos, Cai, Baixo Jacuí, Alto Jacuí, Taquari-Antas e Camaquã. O Rio Camaquã, inclusive, é um dos mais afetados pela estiagem. Dados da estação de medição Passo do Mendonça apontam o menor nível histórico em toda a série de 56 anos de coleta de informações.
Há grande preocupação em razão do aumento da demanda hídrica em função do calendário de plantio, principalmente do arroz e da soja, que começa no mês de setembro. Essa situação representa risco substancial de comprometimento da disponibilidade hídrica nas bacias gaúchas, demandando ações de gestão e regulação de recursos hídricos, com foco maior nas bacias com conflito de uso da água.
O relatório projeta ainda que o cenário de chuvas abaixo da média, resultado da ausência dos fenômenos meteorológicos El Niño e La Niña, siga ao longo de todo o segundo semestre de 2020.
De acordo com a Defesa Civil, 255 municípios já decretaram situação de emergência e 116 tiveram o decreto reconhecido pelo governo federal.