A Polícia Civil apura o envenenamento de pelo menos 16 cães e seis gatos cães e gatos encontrados mortos na última semana em Campo Novo, município com população estimada em 4,5 mil habitantes no Noroeste do Rio Grande do Sul. As mortes ocorreram entre os dias 19 e 25 de junho.
Pelo menos oito ocorrências policiais foram registradas. Os animais mortos são tanto de estimação quanto de rua, e foram encontrados dentro de pátios de residências e em via pública.
O delegado Vilmar Schaefer, que investiga o caso, explica que os boatos sobre mortes de animais começaram a se espalhar pela cidade principalmente durante o último feriadão, quando diversos corpos foram encontrados no começo da manhã. A polícia foi confirmando as ocorrências uma a uma e iniciou a investigação. Em um dos casos, o dono de um dos animais viu alguém colocando algo no pátio da casa:
— Uma pessoa relatou que viu um homem colocando alguma coisa dentro do pátio da sua casa. O cachorro comeu e, em seguida, morreu. Infelizmente, não conseguimos encontrar veneno, nem alguma comida impregnada com ele. Chama a atenção a forma de morrer dos bichos, muito rapidamente. Eles se contorciam e morriam em poucos minutos, o que nos leva a crer que está sendo utilizado veneno usado para matar rato — detalha.
A suspeita da Polícia Civil é de que os animais estejam sendo envenenados com a substância estricnina, que tem venda proibida no Brasil. A possibilidade ainda será comprovada por meio de exame realizado no corpo de um cachorro, que foi levado para a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí). O laudo pode levar até 30 dias para ficar pronto, segundo o delegado.
Ao longo desta sexta-feira, pelo menos 10 pessoas devem prestar depoimento. Conforme o delegado, já há um suspeito para o crime. A motivação também é investigada.
— O que nos intriga é que não há muito padrão. Se fossem somente animais de rua, ou só domesticados... Mas não, são ações de todo o tipo, parece coisa de psicopata. É o ser humano e suas facetas — lamenta Schaefer.