Um cachorro da raça labrador foi morto com um tiro na manhã deste sábado (22) no centro de São Luiz Gonzaga, nas Missões. O autor do disparo, um delegado da Polícia Civil, alegou que sentiu que seria atacado.
O caso ocorreu na rua General Lima por volta das 10h30min. O delegado regional de São Luiz Gonzaga, Afonso Stangherlin, conta que passeava com um cão da raça shih tzu quando percebeu a aproximação do outro cão. Ele afirma que o animal era grande e estava "preparado para atacar".
— Quando percebi, ele estava em cima de mim. Efetuei o tiro de forma instintiva, quando ele estava a uns 10 centímetros. Achei que ia morrer. Era um animal grande, devia pesar uns 40 quilos — disse o delegado, que está há 20 anos na corporação.
A dona do labrador registrou um boletim de ocorrência na delegacia da cidade, cujo delegado titular é subordinado a Stangherlin. Conforme o documento, o cachorro, de nome Marley, foi deixado passeando no pátio enquanto a mulher buscava um mate no interior da residência. Em seguida ela ouviu um estampido e percebeu que o cão havia pulado uma cerca de 80cm de altura e cruzado a rua. Ao chegar no local já encontrou o seu cachorro sem vida. O animal tinha cerca de 15 anos.
GaúchaZH conseguiu contato com a dona do labrador no início da noite de sábado (22). A secretaria Luciane Gabert conta que quando ouviu o tiro pensou se tratar de bombinha. Em seguida viu um homem no meio da rua com a arma na mão.
— Eu cheguei a avisar o pessoal em casa para se esconder pois tinha um louco dando tiro no meio da rua. Logo em seguida vi ele guardar a pistola — disse a mulher, que nega a informação do delegado de que o cão tenha pulado a cerca e afirma que o portão estava aberto.
O delegado alega que agiu em legítima defesa.
— Não tenho raiva de cachorro. Agi em defesa da minha vida. Não conheço a dona do cão, não tenho nada contra eles. Fui à delegacia e prestei os esclarecimentos necessários — acrescentou o delegado.
Luciane, conta ainda, que seu cachorro tinha problema de coluna, tomava remédio e nunca atacou ninguém. Ela relata que o Marley era um cão dócil e, inclusive, quando a família viajava qualquer pessoa entrava no pátio para alimentar o animal.
- Nós não vamos deixar assim. Queremos justiça. Não importa se ele é autoridade, um caso assim não pode ficar impune- conta a mulher que tem ainda uma cadela Border Collie.
Conforme a Polícia Civil, a ocorrência foi registrada no plantão e será encaminhada para a investigação na segunda-feira (24).