Um aparelho celular explodiu e quase provocou um incêndio em residência na noite desta terça-feira (19), em Santa Cruz do Sul. Proprietária do aparelho, a comerciária Tânia Helena Schmidt, 55 anos, ligou o dispositivo na tomada para carregar a bateria e foi dormir por volta das 22h. Às 23h, foi acordada por faíscas atingindo sua pele e pelo cheiro forte de queimado.
— Levei um susto com as faíscas caindo em mim e acordei na hora. De pronto, eu tirei o carregador da tomada e do telefone. Mas ele continuava aceso. Então, levei rápido para o banheiro. E quando larguei o celular, a bateria se desprendeu – conta Tânia.
O marido dela, Valdomiro Agnes, 50 anos, acordou quase ao mesmo tempo e logo sentiu o cheiro forte de plástico queimado. A fumaça tomava conta do quarto. Não foi mais possível voltar para a peça.
— O ar ficou irrespirável dentro do quarto e da casa, tivemos de levar colchões e dormir na varanda. Mais um pouco e teria começado um incêndio — conta Valdomiro.
Carregamento sempre à noite
O calor da explosão também derreteu a capa de silicone que protegia o celular. O dispositivo modelo Moto G4, da Motorola, tinha pouco mais de dois anos de uso e nunca teve qualquer tipo de problema. Com o uso intenso durante o dia, era natural chegar à noite com pouca carga na bateria.
Era quando Tânia o carregava para o uso do dia seguinte. Colocá-lo na cômoda ao lado da cama era outro hábito, já que usava o despertador para acordar. Ela reconhece que o carregador usado não era o mesmo que veio com o aparelho, mas não se tratava de equipamento pirata, como os comercializados por ambulantes, por exemplo.
— Não era o carregador dele mesmo. Não sei que pegou, se meu marido ou minha filha. Mas era um carregador de outro aparelho também da Motorola, era original – garante a comerciária.
Procurada por GaúchaZH, a assessoria de comunicação da Motorola enviou informando que a empresa entrou em contato com Tânia para oferecer suporte e analisar o aparelho. A companhia disse que "por se tratar de um caso isolado, acreditamos que é prematuro especular as causas do incidente sem antes concluirmos todas as análises necessárias". O caso, entretanto, não é inédito. Em 2017, outro Moto G4 foi o responsável por um incêndio que deixou três feridos em Maceió (AL).
Riscos de descarga elétrica
Celulares em carregamento de bateria oferecem riscos, alertam especialistas, e não devem ser manuseados. De acordo com o professor de informática do Senac-RS Luiz Henrique Rauber Rodrigues, o superaquecimento é o principal problema, especialmente em celulares com as opções de carga "rápida" ou "turbo".
– O celular está esquentando porque está carregando e daí você faz mais uma atividade que vai esquentar o celular. Isso pode causar uma explosão, seguramente. Sem falar que danifica a bateria. O ideal, quando está carregando o celular, é não mexer nele – explica o docente.