Uma oficina mecânica que realiza instalação e manutenção de kits de Gás Natural Veicular (GNV) foi interditada no começo da tarde desta quinta-feira (7) na Avenida Presidente Vargas, região central de Esteio, após denúncia. De acordo com a prefeitura, os agentes identificaram que a oficina Auto Gás funcionava há uma semana sem alvará e não tinha Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI).
— Essa empresa é de Santa Catarina e começou a instalar a oficina há alguns dias aqui em Esteio, mas não possuía autorização para a prestação do serviço. No momento da operação, havia cerca de 30 veículos no local aguardando — disse o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana da cidade, Vanderlei Leidens.
Conforme o secretário, a maioria dos clientes da oficina havia instalado o kit GNV na cidade de Criciúma. Lá, eles teriam sido informados que a manutenção obrigatória poderia ser feita na cidade de Esteio, onde havia sido inaugurada uma unidade da empresa. No entanto, os agentes identificaram que muitos clientes estavam aguardando o recebimento da nota fiscal e do selo de inspeção, após terem feito o serviço.
O homem que se apresentou como responsável pelo estabelecimento foi levado pela Guarda Municipal para a delegacia da Polícia Civil de Esteio para prestar esclarecimentos. Também foram apreendidos materiais utilizados.
A Secretaria de Segurança do Município e a Brigada Militar orientam os clientes que realizaram o serviço com a empresa em Esteio a procurem o Procon ou a Polícia Civil para prestar queixa e reaver o dinheiro investido, já que a oficina não era autorizada.
De acordo com o Inmetro, a certificação da empresa em Criciúma também está vencida desde o dia 24 de janeiro. Na internet, em sites de reclamações contra empresas, há diversas mensagens de clientes no último mês que dizem estar aguardando da empresa as notas fiscais e o selo obrigatório de GNV.
A reportagem entrou em contato com a empresa Auto Gás em Santa Catarina. O proprietário, Agnaldo de Moura, nega as acuações.
— A operação começou com uma série de irregularidades. A Guarda Municipal nem deveria estar lá, pois deve zelar pelo patrimônio do município. Fomos denunciados porque existe um cartel em Porto Alegre que não quer nossa presença no Rio Grande do Sul, já que temos melhores preços. Nós sabemos quem nos denunciou. A oficina não estava funcionando ainda. Estávamos apenas pintando, montando escritório, colocando placas. Não existe nenhuma evidência que prove que estávamos atuando. Encostado na oficina que vamos abrir, existe uma empresa que faz vistoria em caminhões, caminhonetes e carros. Não há provas de que os carros que eles identificaram estivessem na nossa oficina. Nós temos 15 dias para apresentar os documentos de regularização e nunca iríamos iniciar a prestação de serviços sem eles — disse Moura.