Faz décadas que as discussões em Cachoeira do Sul e Pelotas são alimentadas por rumores de que duas barragens nestes municípios estão propensas a ruir. O desastre em Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, há pouco mais de uma semana, fez borbulhar o debate que já vinha quente desde novembro do ano passado, quando as represas do Capané, em Cachoeira do Sul, e Santa Bárbara, em Pelotas, apareceram na lista, feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), das barragens brasileiras com algum comprometimento importante na estrutura.
Diferente da represa que estourou na cidade mineira, matando pelo menos 134 pessoas — o balanço mais atualizado ainda contabilizava 199 desaparecidos —, os dois reservatórios gaúchos armazenam água para abastecimento e irrigação de lavouras de arroz. GaúchaZH esteve nos dois municípios e conversou com gestores das barragens, especialistas, o secretário do Meio Ambiente e com moradores como o cabeleireiro Beroni Rodrigues, 48 anos:
— Há 30 anos eu ouço esse zum-zum-zum de que vai romper aqui em Cachoeira, principalmente quando acontece alguma coisa como em Mariana e Brumadinho. A de Pelotas também é muito comentada, mas ninguém sabe a verdade — contou, enquanto pescava nas águas do Capané.
Veja, nas reportagens abaixo, uma radiografia das duas barragens gaúchas que mais preocupam as autoridades e quais são as medidas tomadas para evitar a repetição das tragédias de Minas Gerais.
Barragem do Capané
Arrozeiros trocam prejuízo por segurança em Cachoeira do Sul. Leia a reportagem completa.
Barragem Santa Bárbara
Em Pelotas, crescimento da cidade levou urbanização ao pé da represa. Leia a reportagem completa.
"Risco sempre há"
O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Artur Lemos Junior, garante que medidas estão sendo tomadas para reduzir chance de acidentes. Leia a reportagem completa.