Uma comitiva de prefeitos gaúchos viaja nesta terça-feira (22) para Brasília para buscar recursos federais diante dos inúmeros problemas causados pela chuva, principalmente, na Fronteira Oeste. Nesta segunda-feira (21) houve reunião no Palácio Piratini entre a Coordenação da Defesa Civil do Estado, prefeitos e representantes das cidades de Alegrete, Dom Pedrito, Quaraí, Rosário do Sul, São Francisco de Assis, São Gabriel e Uruguaiana. Os sete municípios já tiveram os decretos de emergência homologados pelo governo gaúcho. A documentação foi enviada para o governo federal, mas ainda precisa ser reconhecida pela União.
O encontro, que também teve a participação da Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios, serviu para detalhar os estragos e definir quais as prioridades que merecem a liberações de verbas urgentes.
— Nós estamos unificando o problema de todos os municípios afetados. O primeiro passo foi o de socorrer as pessoas. Isso tivemos êxito. Agora, vem a segunda parte. O Estado está nos auxiliando, mas quem tem o poder maior é o governo federal. Nossos prejuízos são milionários e talvez até bilionários — destacou o prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves (PDT).
A comitiva deverá ter audiências na Casa Civil, Defesa Civil Nacional e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Uma das principais demandas dos prefeitos é a liberação de dinheiro para a contratação de horas-máquina para agilizar a desobstrução de córregos e canais, a limpeza das ruas e a recuperação de estradas. Com a liberação, as prefeituras contratariam retroescavadeiras, patrolas e demais veículos, já que o maquinário dos municípios não consegue atender todos os problemas, alegam os prefeitos.
Eles buscarão ainda a renegociação das dívidas de proprietários rurais que tiveram prejuízos, liberação do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) aos moradores, entre outas questões.
— Ainda há um contingente grande de pessoas fora de casa. Temos que reconstruir estradas e ruas. Acreditamos que a safra desse ano tenha um prejuízo correspondente a 14,5% do produto interno bruto (PIB) do nosso município. Alegrete é o mais afetado, mas não estamos lutando apenas por um município. É um problema regional e temos certeza que o governo federal vai ouvir e nos atender — disse o prefeito de Alegrete, Márcio Amaral (MDB).
De acordo com o balanço mais recente da Defesa Civil divulgado no fim da tarde desta segunda-feira (21), 6.531 pessoas seguem fora de casa por causa da chuva no Rio Grande do Sul. São 1.451 desabrigados (levados a abrigos públicos) e outros 5.080 desalojados (em casas de amigos ou parentes).
Alegrete é a cidade mais prejudicada. São 5.527 pessoas fora de casa. O nível do Rio Ibirapuitã, que transbordou e causa os alagamentos na cidade, está baixando lentamente, segundo a Defesa Civil do município. Ele está em 11 metros, sendo que a cota de inundação é de 8,54 metros. O nível do rio Uruguai permanece estável. Ele está em 9,26 metros na cidade de Uruguaiana. Com 8,50 metros o município começa a registrar alagamentos.
Os demais rios da região também estão com os níveis reduzindo, de acordo com a Defesa Civil da Fronteira Oeste.