Caxias do Sul (na BR-116), Passo Fundo (BR-285) e Santana do Livramento (BR-158) são as únicas cidades que já contam com novos controladores de velocidade. Nesses municípios, estão instalados 28 equipamentos, entre radares fixos (pardais) e redutores de velocidade (lombadas eletrônicas), de um total de aproximadamente 270 que devem resultar da licitação promovida pelo governo federal. Os poucos mais de 10% do total de controladores, entretanto, ainda não estão multando.
Por definição do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), esse primeiro conjunto foi instalado ao lado de parte dos 344 equipamentos que estão em operação no Estado desde 2010, sob administração da Kopp, que teve o contrato prorrogado pela demora no processo licitatório.
— Os controladores estão bem próximos e existe impossibilidade técnica de funcionarem ao mesmo tempo — afirma Marcos Lima, coordenador institucional local da Fotosensores, que venceu a licitação no Estado.
Com sede em São José dos Campos, no interior paulista, a empresa começou a instalação dos novos controladores em setembro — quatro meses depois do cronograma inicial estipulado pelo Dnit por demora na liberação pela própria autarquia. Agora, aguarda a remoção dos aparelhos e da sinalização antigos, para poder pedir a aferição do Inmetro e, então, começar a operar.
A Kopp diz que removeu, até agora, apenas dois equipamentos, localizados em Santa Maria e Boa Vista das Missões, porque foram os únicos locais autorizados pelo Dnit. Na avaliação da própria empresa gaúcha, a liberação para retirar todos os pardais e lombadas está demorando pois o contrato emergencial em vigor tem vigência até janeiro. A autarquia não respondeu à reportagem de GaúchaZH sobre os motivos. Até que sejam removidos, os antigos controladores seguirão multando.
Além dos 28 novos equipamentos distribuídos pela Fotosensores entre as regiões Norte, Serra e Fronteira, um outro pardal deveria ter sido instalado nessa primeira leva na BR-448 (Rodovia do Parque), na Capital. No entanto, como a estrada faz parte do pacote de concessão, a instalação na 488, assim como nas BRs 101, 386 e 290 (freeway), que também serão geridas pela iniciativa privada, ainda terá de ser acordada com a nova concessionária e o governo federal.
Ainda conforme Lima, o atraso na instalação dos novos aparelhos se deve ao processo burocrático que envolve a aprovação em etapas dos estudos técnicos para instalar cada equipamento e da ordem de serviço a ser dada pela superintendência nacional do Dnit. Pelo cronograma do edital, a liberação deve ocorrer em partes por um ano e dois meses — ou seja, pode ir até novembro de 2019.
— Temos mais de cem controladores fabricados, a culpa do atraso não é nossa — afirma o coordenador local da Fotosensores, sediada em Caxias do Sul.
Mais segurança
O edital prevê controle de tráfego e monitoramento em um total de 506 faixas de estradas federais gaúchas, mas o cálculo de quantos equipamentos serão necessários para cobri-las deve ser feito pela própria empresa, estudo que ainda não está sendo concluído e que passará pelo aval do Dnit. Por isso, a estimativa é de 270 controladores, incluindo locais já monitorados e outros novos, cuja necessidade foi apontada por técnicos de trânsito e policiais rodoviários.
Além de mais controladores, Lima adianta que cerca de 80% deles deverá ser de lombada eletrônica e que a tendência é de que o limite de velocidade seja reduzido junto aos novos equipamentos.
— Não é uma definição nossa, é uma tendência nacional para garantir mais segurança — afirma o coordenador.
Mais tecnológicos, os radares poderão, ainda, colaborar com a segurança pública. Além de punir os motoristas que excederem a velocidade permitida, eles irão monitorar em vídeo, 24 horas, todos os trechos. Assim, existe possibilidade de que o sistema da Fotosensores seja integrado ao das polícias, ajudando no combate ao crime.