Depois de fugir da inflação nas alturas e da escassez de alimentos, remédios e produtos básicos na Venezuela, milhares de imigrantes passaram a viver em situação de rua em Roraima. Agora, parte deles virá de forma organizada ao Rio Grande do Sul, através do programa de interiorização, em busca de um recomeço.
A partir de 5 de setembro, 646 venezuelanos começarão a desembarcar em solo gaúcho — 425 imigrantes ficarão em Canoas e outros 221 serão levados para alojamentos em Esteio — em quatro voos até o dia 27.
A ajuda inicial, além do transporte em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), inclui hospedagem por até seis meses em apartamentos pagos pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e alimentação doada pelas Forças Armadas, além de suporte das prefeituras e de entidades sociais com equipes multidisciplinares para auxiliar nesse período de transição.
No entanto, qualquer pessoa pode ajudar, desde doando um agasalho que não serve mais até oferecendo uma vaga de emprego. A seguir, GaúchaZH lista diversas formas de ajudar os venezuelanos que virão ao Estado.
COMO AJUDAR*
Doações
Roupas, alimentos, itens de higiene e outros
Em Canoas: a prefeitura vai recolher alimentos, cobertores, roupas e calçados junto à Defesa Civil do município (Rua Bandeirantes, 450). Embora as Forças Armadas vão garantir o fornecimento de alimentos in natura para os venezuelanos, a Defesa Civil pretende montar kits de alimentação como reforço para serem entregues às famílias de imigrantes. Os telefones de contato são: (51) 3476-3400, 99368-9516 ou 99237-8922.
Em Esteio: a prefeitura vai receber roupas assim que souber o perfil dos imigrantes que virão, mas já planeja foco em peças infantis. Quem tiver interesse em doar, pode ir até a Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo (Rua Eng. Hener de Souza Nunes, 150) ou entrar em contato pelo telefone (51) 3433-8143.
Em Porto Alegre
(1) o Centro de Referência em Direitos Humanos – AVESOL mantém um projeto voltado especificamente aos migrantes venezuelanos, chamado de Araguaney, que ajuda com questões jurídicas, de documentação, encaminha para trabalho e cursos de qualificação, entre outros auxílios. Quem quiser fazer doações de alimentos, produtos de higiene, roupas, móveis e utensílios pode ir até a entidade (Rua Almirante Barroso, 665). O telefone de contato é (51) 3221-2318.
(2) O Clube de Opinião do RS e o Rotary Club Glória Teresópolis se associaram para criar o movimento #genteajudandogente, que está arrecadando itens de higiene pessoal para as famílias de venezuelanos. Quem quiser colaborar pode fazer sua doação de fraldas, absorventes íntimos, sabonetes, escova e creme dental, entre outros itens, em qualquer farmácia das redes Panvel ou São João da Capital. Os endereços das lojas participantes da campanha estão no site da campanha.
(3) Os estudantes do Colégio Marista Rosário lançaram a campanha Solidariedade Sem Fronteiras. Dividido em etapas para arrecadar diferentes itens, o projeto está recebendo, na primeira fase, itens de higiene (sabonete, detergente, shampoo, desodorante, pasta e escova de dentes, fio dental, absorvente e aparelho de barbear) até o dia 28 de setembro. As doações podem ser feitas na recepção da escola ( Praça Dom Sebastião, 2, bairro Independência).
Dinheiro
Acnur: a agência da ONU está com um pedido aberto de doações para ajudar especificamente os venezuelanos que fugiram de seu país. No site da agência da Acnur, é possível fazer doações mensais de R$ 35, R$ 60 ou R$ 120 ou fazer uma doação única no valor que quiser.
Cibai Migrações: a entidade ligada à Igreja Pompéia, de Porto Alegre, acolhe e acompanha migrantes há mais de seis décadas, ajudando com a regularização de documentos, a inserção no mercado de trabalho e o ensino de português. Doações podem ser feitas em qualquer valor para a conta do Bando do Brasil no nome do Centro Ítalo Brasileiro de Migrações (Cibai Migrações): agência 1889-9, conta corrente 215.884-1 e CNPJ 90.397.555/0012-64.
Empregos
Em Canoas: empresários interessados em oferecer vagas de emprego aos venezuelanos podem entrar em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Rua Dr. Barcelos, 969), que oferece a ferramenta online Banco de Oportunidades. Os telefones de contato da secretaria são: (51) 3425-7604 ou 3425-7614.
Em Esteio: quem tiver uma ou mais vagas de emprego pode entrar em contato pelo telefone (51) 3433-8143 e falar com Rafael Bissolotti, responsável pelo Banco de Oportunidades e Inclusão Produtiva da prefeitura.
No RS: a FGTAS/Sine vai intermediar, junto com o Ministério do Trabalho, uma ação para confecção de carteira de trabalho para os venezuelanos que ainda não tiverem o documento. As agências também ficarão disponíveis para atendimento especial dedicado aos imigrantes que buscarem emprego, além de promover parceria com empresas gaúchas.
Voluntariado
Em Esteio: pessoas com mais de 18 anos interessadas em serem voluntárias podem se cadastrar junto ao Programa Conta Comigo. Depois de preencher um formulário, informando dados pessoais e disponibilidade para ser voluntário, será necessário passar por uma capacitação (atualmente, mais de 400 pessoas já estão cadastradas e capacitadas). A atuação pode ser variada, desde aulas de português até oficinas de recreação.
Em Canoas: pessoas interessadas em atuar como voluntárias no acolhimento aos venezuelanos podem procurar a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Rua Pedro Weingartner, 238, Centro). A pasta fará o cadastramento dos voluntários, que podem ser de diferentes perfis, como assistentes sociais, psicólogos, professores, entre outros. O telefone de contato é (51) 3236-2708 e a pessoa de referência é Anisabel da Cunha Muller.
Em Porto Alegre: a Missão Pompeia, da Igreja Pompéia, mantém o Centro Ítalo Brasileiro de Migrações (Cibai Migrações), que ajuda especificamente migrantes na Capital. A entidade precisa de pessoas bem intencionadas e talentosas. Na atual equipe, conta com professores, advogados, jornalistas e outros profissionais. Para se voluntariar, entre em contato pelo telefone (51) 3226-8800 ou vá até a entidade na Rua Dr. Barros Cassal, 220.
*Essa lista vai ser atualizada na medida que novas iniciativas chegarem até GaúchaZH.