Pelo menos até a próxima quarta-feira (6), motoristas devem seguir enfrentando transtornos na busca por gasolina no Rio Grande do Sul. Responsáveis pelo transporte de combustíveis até os postos, as distribuidoras preveem que a normalização na oferta será apenas na metade da semana. Nos últimos dias, motoristas têm enfrentado dificuldades em todas as regiões do Estado para abastecer em razão da falta de álcool anidro, que é misturado à gasolina nas sedes das distribuidoras.
Segundo o presidente do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Rio Grande do Sul (Sindisul), Roberto Tonieto, a falta de álcool anidro “já era esperada”. Ele explica que o produto adicionado à gasolina não é produzido no Estado e precisa ser buscado em usinas de etanol localizadas no norte do Paraná, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul.
— O estoque (de álcool anidro) que tinha nas distribuidoras imediatamente saiu (quando a greve foi encerrada) — diz Tonieto, afirmando que houve grande procura nos postos nos últimos dias. — Para normalizar o abastecimento, tem que chegar os caminhões das usinas. Como estava tudo trancado, com filas nas usinas, sobrecarregou a demanda e demora alguns dias para normalizar. Estava dentro do esperado — garante.
De acordo com o presidente do Sindisul, o álcool anidro é trazido ao RS por meio de caminhões e trem. No entanto, Tonieto estima que cerca de 70% do produto que chega ao Estado é transportado nas rodovias, o que tornou o abastecimento suscetível à paralisação que bloqueou as estradas do país nas últimas duas semanas.
— Os caminhões já começaram a chegar. Mas conforme chega, também sai — diz Tonieto.
Os primeiros caminhões que álcool anidro voltaram a abastecer as distribuidoras do RS na última sexta-feira (1º), de acordo com o presidente do Sindisul. Agora, a expectativa do sindicato é de que a normalização do abastecimento de gasolina nos postos ocorra ao mesmo tempo em todas as regiões do Estado. Além disso, a previsão é de que os estoques com álcool anidro estejam refeitos até o final da semana.