Dezenas de pessoas, entre imigrantes e brasileiros, viviam irregularmente no prédio de mais de 20 andares que desabou na madrugada desta terça-feira (1º), em São Paulo.
Segundo a prefeitura, 150 famílias estavam cadastradas junto à Secretaria da Habitação. Pelo menos, 25% eram de estrangeiros.
Segundo o secretário municipal de Assistência Social, Filipi Sabará, 90 famílias já haviam sido atendidas até as 9h, no total de 248 pessoas. Elas serão encaminhadas para abrigos neste primeiro momento, onde receberam água e alimentação.
Moradores do prédio que desabou afirmam que o incêndio começou por volta da 1h30min após uma explosão no quinto andar. Eles desconfiam que se trate de um botijão de gás. Parte deles foi evacuada rapidamente, tendo de deixar para trás documentos, eletrodomésticos e animais de estimação quando o incêndio começou.
O Corpo de Bombeiros informou que o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. Pertencente à União, o imóvel era uma antiga instalação da Polícia Federal.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou que não cabe à prefeitura retirar as pessoas do local. O pedido de reintegração de posse tem que ser feito pelo dono do prédio. Ainda na entrevista coletiva concedida nesta manhã, ao falar sobre as ações da prefeitura no local, Covas disse:
— A prefeitura fez o limite do que poderia fazer. Não podemos obrigar as pessoas a sair.
Também presente no local, o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), disse que as famílias desabrigadas poderão se candidatar a receber aluguel social para procurarem um novo lugar para viver. Ele também chamou o caso de "tragédia anunciada".
— Não tem a menor condição de morar lá dentro. As pessoas habitam ali, desesperadas. Volto a repetir que essa era uma tragédia anunciada — afirmou França.