Dois meses depois, a Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (15) a segunda etapa de uma operação que investiga desvio de recursos públicos do SUS no hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo, no norte do Estado. O valor apurado até agora, desde setembro de 2017, é de R$ 1,2 milhão. Na primeira etapa, os agentes descobriram que verbas, inicialmente estimadas em R$ 400 mil, eram repassadas do hospital para uma empresa de fachada.
Na manhã desta terça-feira, cerca de 40 agentes cumpriram no município do norte gaúcho 10 mandados de busca no próprio hospital, em duas clínicas, um escritório de contabilidade e em residências de suspeitos investigados na Operação Efeito Colateral II. Segundo apuração, há suspeita de irregularidades no repasse de verbas públicas do setor de oncologia do hospital para empresa médica ambulatorial localizada no próprio município.
Ao todo, seis pessoas são investigadas, entre elas médicos e empresários ligados ao setor médico. Até o momento, a Polícia Federal não divulgou nomes de suspeitos, da empresa médica, das clínicas e do escritório porque a investigação prossegue na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros, em Porto Alegre.
Em nota divulgada para a imprensa, a administração do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo informou que, "diante da Operação Efeito Colateral II, realizada pela Polícia Federal em Passo Fundo, nesta terça-feira (15), mantém seu posicionamento de colaborar com a autoridade para que seja amplamente esclarecida a situação".
Primeira fase
No dia 20 de março deste ano, cerca de 50 policiais federais cumpriram oito mandados de busca em Passo Fundo, em Porto Alegre e em Florianópolis. A investigação teve início em agosto do ano passado e apura que uma empresa de fachada, do ramo de consultoria em Santa Catarina, era usada para repasses irregulares de verbas do SUS. O proprietário desta empresa seria um "laranja" e tem vínculo com a administração do hospital.