A greve dos caminhoneiros derrubou o movimento nas Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa) nesta sexta-feira (25) e provocou aumento do preço de alguns produtos. A dúzia de alface, que na véspera custava R$ 8, passou a ser vendida a R$ 20, alta de 150%. O saco de 50 quilos de batata teve reajuste mais suave. Passou de R$ 80 para R$ 90 de um dia para o outro.
– A partir de agora, os preços vão subir. É assim que funciona. Os produtos que estão em falta se valorizam – resumiu o presidente da Ceasa, Ernesto Teixeira.
Ele estima que o movimento no pavilhão de culturas gaúchas esteja, nesta sexta-feira, com 25% do movimento normal. Na quinta-feira (24), a Ceasa comercializou 1,48 mil toneladas de produtos, quantidade que representa 34% do que os produtores rurais venderam no mesmo dia da semana anterior (4,35 mil toneladas). Quinta-feira é historicamente o dia em que mais negócios são fechados na central.
– Não vêm caminhões com produtos para serem vendidos e nem caminhões para comprar o que há aqui – explicou o presidente da Associação dos Produtores da Ceasa, Evandro Finkler.
Não vêm caminhões com produtos para serem vendidos e nem caminhões para comprar o que há aqui.
Nos supermercados de Porto Alegre, o movimento foi tranquilo durante a sexta-feira. Não havia filas e nem carrinhos de compras carregados, como foi registrado no dia anterior. A movimentação maior era de funcionários reabastecendo as prateleiras. Alguns desses empregados comentaram que os depósitos estavam bem servidos de produtos de higiene, limpeza e itens alimentícios. Também disseram não ser raro chegarem cargas com massa, arroz e feijão. Conforme um gerente de supermercado, "há formas alternativas de fazer a mercadoria chegar". O maior prejuízo constatado até agora é em carnes e pães, com menos variedades disponíveis aos clientes.
Em nota, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) informou que o segmento supermercadista do Estado permanece com dificuldades de abastecimento de produtos em todos os setores e em todo o território gaúcho, mas que os itens de mercearia, higiene, limpeza e bazar têm um estoque médio de segurança para 15 dias, "o que garantirá o abastecimento da população com estes produtos durante a próxima semana", comentou o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo:
– Supermercados de todo o Estado estão relatando falta de produtos em áreas como açougue, laticínios e hortifrútis. Outra situação que preocupa é a do gás de cozinha. Se os supermercados não conseguirem repor seu estoque, ficarão inviabilizadas as produções de padaria, confeitaria e rotisseria.