Em reunião nesta segunda-feira (21) os 12 sindicatos integrantes da Federação dos Caminhoneiros Autônomos (Fecam-RS) decidiram aderir à greve nacional proposta pela categoria. Mesmo antes da oficialização, alguns motoristas e proprietários de caminhões se anteciparam e realizaram bloqueios momentâneos em estradas gaúchas nesta manhã, assim como ocorreu em outros 15 Estados.
Por meio de nota assinada pelo presidente da Fecam-RS, André Luis Costa, a entidade lançou a campanha "Caminhoneiro, cruze os braços!", para pressionar o governo a mudar a política de preços do combustível e suspender a cobrança de pedágio do eixo suspenso do caminhão quando vazios.
— Não é mais possível transportar nesse custo — afirmou Costa.
O presidente da entidade assegura que a Fecam não apoia bloqueio de rodovias e depredações, já registrados em outras greves da categoria no passado. O sindicato sugere que os caminhoneiros apenas cruzem os braços, ficando em casa, sem rodar pelas estradas.
Uma paralisação no transporte poderia afetar, entre outros setores, a indústria de soja, cuja colheita no Brasil terminou recentemente. Isso em um momento em que o mercado internacional conta com o produto do país, o maior exportador global.
Segundo o dirigente, a Fecam acata a decisão da categoria, mas não lidera a mobilização. Quem deve debater as reivindicações da categoria junto ao governo federal é a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam). A entidade reúne cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos, de um total de cerca de 1 milhão de motoristas no Brasil.
Veja a íntegra da nota divulgada pela Fecam-RS:
"NOTA FECAM-RS
15/05/2018
A FECAM-RS, Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Rio Grande do Sul, por seus doze Sindicatos filiados, vem expor à sociedade e principalmente à Categoria dos Caminhoneiros o que segue : “muito embora todos saibamos das condições do transporte nos dias de hoje, pela dificuldade que o caminhoneiro autônomo tem de determinar o valor de seu frete, pelo alto custo do óleo diesel que representa 42% do custo do frete para o caminhoneiro, pela falta de infra-estrutura no país, com estradas deterioradas e sem segurança ao transporte, pela dificuldade de receber da empresa contratante o vale-pedágio destacado do valor do frete, pela falta de financiamento possível de ser pago pelo caminhoneiro nas atuais condições do mercado; vimos a público declarar que os Sindicatos e Federação não são responsáveis pelas manifestações divulgadas por meios eletrônicos e via internet(watts, facebook, etc..) mensagens as quais o autor se nomina presidente de sindicato, convocando à paralização e bloqueio de rodovias, ameaçando a categoria incitando a violência pelos motivos já elencados. Não cabe à Federação ou aos Sindicatos convocação de movimento, mas sim defender os interesses da categoria representada, papel esse que é desempenhado com garra e determinação pelas Entidades, mas não podemos iludir a categoria com falsas promessas. Para haver a queda de tributação do Óleo diesel, o governo deve apontar outra fonte de renda pelo que determina a Lei de responsabilidade fiscal. Para alguém ganhar, alguém tem que pagar. Cabe às Entidades representativas implementar modelos de gestão ao caminhoneiro, auxiliando na qualificação de seu trabalho.
Assim, notificamos àqueles que estão se fazendo passar por Presidentes de Sindicatos cometendo o crime de falsidade ideológica, que a FECAM e seus Sindicatos filiados já estão tomando providências junto a Delegacia de Investigação de Crimes – DEIC da Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul, para identifica-los e responsabilizá-los por tais crimes.
À Categoria, informamos que já foram tomadas providências junto ao Governo Federal sobre o aumento do óleo diesel nos últimos três meses e de forma direta pela FECAM-RS, pois muito embora haja outros tais que se dizem Representantes da Categoria, estes nada fizeram até o momento.
A FECAM-RS ao contrário, está sempre buscando desenvolver para a categoria, ferramentas de gestão que possibilitem ao caminhoneiro melhor entender e gerir o seu negocio, que é o transporte de cargas.
Para àqueles que estão contrários a qualquer uma dessas posições, sejamos sensatos, preguemos a Democracia, se quer parar, pare em sua casa e não prejudique ao seu semelhante.
André Costa
Presidente"