Responsável por monitorar a chuva, o nível do Rio Caí e alertar quando há risco de enchente, o sistema hidrológico do Vale do Caí recebeu investimento R$ 350 mil do governo federal. A verba foi aplicada na compra de sete equipamentos que transitem os dados via satélite, que substituíram os que operavam via telefonia celular. Com isso, a principal vantagem é a garantia de que os dados serão transmitidos, principalmente nos momentos mais críticos e necessários.
— Quando dá uma chuvarada, qual é a primeira coisa que cai? A energia elétrica e, com isso, o sinal de telefonia. Por isso, agora, vamos ter certeza de que as informações serão atualizadas e chegarão às pessoas quando elas mais precisam — explica Andrea Germano, engenheira hidróloga do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que opera o sistema.
Sete estações coletam e atualizam os dados em uma região de cinco mil quilômetros quadrados na região da bacia do Caí. Qualquer pessoa pode conferir a qualquer momento, por meio do site do CPRM, qual é a situação de cada ponto.
Se estiver no nível normal — cuja medida varia em cada local —, estará verde. Se o nível estiver subindo, atinge a cota de atenção (amarelo), podendo chegar nos níveis de alerta (laranja) e até de inundação (vermelho). Nesta quarta-feira (18), todos estavam normais, como mostra o mapa.
Se necessário, são emitidos boletins extraordinários de alerta para enchente, repassados pelo CPRM para os órgãos competentes, como Defesa Civil, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), entre outros, que podem avisar os moradores que podem ser atingidos e evitar prejuízos.
O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Alexandre Martins de Lima, afirmou que o investimento em tecnologia melhora o serviço de prevenção em relação a eventos climáticos, diminuindo os serviços de assistência e socorro, acidentes e prejuízos sofridos por famílias que moram em áreas de risco.
— Esse tipo de tecnologia nos auxilia a conseguir avaliar, com antecedência significativa, qual município e até qual rua poderá ser afetada pelas enchentes — destacou.
Mesmo com o investimento no Caí, apenas em duas cidades o sistema é capaz de avisar com antecedência quando o rio vai inundar: Montenegro e São Sebastião do Caí, justamente os pontos mais críticos da região. A engenheira Andrea explica que, nos demais locais, o rio é muito raso e não há tempo hábil de alertar a população antes de a água transbordar.
O Rio Grande do Sul tem apenas mais um Sistema de Alerta Hidrológico em operação, que fica na bacia do Rio Taquari, que hoje opera parcialmente com equipamentos por satélite e outro ainda via telefonia. Para 2018, o CPRM espera inaugurar um terceiro sistema, localizado na região banhada pelo Rio Uruguai, na fronteira e no noroeste do Estado.