Após a polêmica envolvendo alterações no Plano Diretor de Bento Gonçalves fazer com que ele fosse retirado da Câmara de Vereadores, as mais de 80 emendas propostas no plano original passaram por avaliação nos meses de janeiro e fevereiro do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb) e do Conselho Municipal de Planejamento. Até a próxima terça-feira, quando está prevista uma reunião dos integrantes, a avaliação deve ser concluída. Após este parecer, deverá ser feito o agendamento da entrega do documento aos vereadores.
Melissa Bertoletti, presidente do Conselho Municipal de Planejamento e diretora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb), adianta que foram encontrados muitos problemas na avaliação das emendas, inclusive de sugestões repetidas e sem justificativa.
Entre as sugestões que foram desaprovadas por impactar na estrutura do plano está a que propõe que a Câmara analise os projetos e que o Complam seja apenas órgão consultivo. Segundo Melissa, a proposta fere o princípio da avaliação técnica, a não ser que a Câmara contratasse profissionais para esse tipo de análise.
Sobre a altura dos prédios no chamado corredor gastronômico, na Rua Herny Hugo Dreher e na Avenida Planalto do bairro São Bento, o conselho já havia sugerido aumento de dois para três andares, mas refuta as propostas de até oito andares nesta região da cidade ou emendas de vereadores propondo que a cidade inteira autorize construções de até 10 pavimentos ou altura vinculada à largura da rua.
— Se fosse assim, temos ruas com 20 metros e aí poderíamos ter prédio de 15 andares no bairro São Bento. Isso não preserva a identidade e a paisagem de um bairro que recebe muitos turistas — destaca a presidente do conselho.
Por outro lado, algumas sugestões foram aprovadas, como a transformação de todo o bairro São João em residencial, inserções de novas áreas de preservação ambiental e a criação de uma área institucional nas proximidades da Rua 7 de Setembro.