Uma das praias gaúchas mais frequentadas por moradores da Serra, Arroio do Sal está com a taxa de ocupação da rede hoteleira superior a 90%. O levantamento é do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Segundo a Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Arroio do Sal (ACIAAS), a cidade tem cerca de 20 hotéis, 28 pousadas e uma média 3,5 mil leitos.
—Réveillon sempre lota, nem que seja no último dia, mas esse ano o pessoal saiu um pouco das casas e está buscando mais hotéis, por isso temos esse inchaço econômico. Essa mudança de comportamento ocorre até pela questão de segurança — aponta Ivone Ferraz, presidente do sindicato que representa os hotéis.
Ela acrescenta que em praias maiores, como Torres, a média de ocupação é ainda superior, acima de 95%.
O secretário da associação comercial e proprietário de um dos negócios mais tradicionais de Arroio do Sal, o Hotel D'Itália, diz que o local está praticamente lotado. Segundo César Firpo Santos, só com alguma desistência para hospedar mais alguém nesse estabelecimento. Ele tem mais um empreendimento no balneário, onde tem disponível apenas três apartamentos.
As imobiliárias de Arroio do Sal também estão movimentadas nesta semana, pelo menos as que ainda têm imóveis disponíveis. Não é o caso da Praiano, que registra o melhor movimento dos últimos cinco anos. A empresa tinha 48 imóveis para aluguel, que estão reservados para o Ano-Novo desde o início de dezembro, mesmo com reajuste de cerca de 20% no valor da mensalidade neste verão. Nesta mesma época em outras temporadas, ainda restavam cerca de 10% de casas para alugar na última semana.
A ZP Imobiliária, que trabalha com cerca de 50 casas, tem 90% dos imóveis alugados. Corretores relatam uma mudança de comportamento nos últimos anos, de uma procura maior pela locação só para Ano-Novo em vez do período de Natal até o fim do ano. Chama atenção também nesta imobiliária que mais clientes deixaram para procurar imóveis de última hora. Uma das explicações é que com a crise dos últimos anos, mais residências ficaram a disposição e as pessoas pararam de antecipar reservas.
Outra empresa consultada pela reportagem é a Valim Imóveis, que ainda sente os efeitos econômicos da recessão brasileira. Mesmo assim, segundo a imobiliária, mais de 70% dos imóveis estão locados para o Réveillon.
Presidente da associação comercial, Edson Brun, destaca que as vendas de imóveis também aumentam durante a temporada. Além do impacto no mercado imobiliário, a previsão da população de cerca de 9 mil residentes saltar para 150 mil veranistas em um feriado, como o de Ano-Novo, impacta principalmente a gastronomia e o comércio de alimentos e vestuário do balneário.