A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) vai reajustar em 34,61%, em média, os valores cobrados nas praças de pedágio do órgão. Com isso, a tarifa básica, que hoje é de R$ 5,20 em oito das 14 praças, passará a ser de R$ 7.
O reajuste entrará em vigor na virada deste domingo (1°) para segunda-feira (2). Mais detalhes serão divulgados em entrevista coletiva, marcada para as 14h30min desta sexta-feira, na sede da companhia, em Porto Alegre. Na coletiva, a EGR também apresentará um plano de obras para os próximos seis anos, com investimentos previstos de R$ 1,1 bilhão.
Como revelou ZH em reportagem publicada em 7 de agosto, a EGR vinha estudando a possibilidade de aumentar as tarifas desde então. Segundo a empresa, a defasagem nos valores atualmente cobrados varia de 81% a 88,7% e inviabiliza investimentos em grandes obras, como duplicações e ampliações de pista. Os percentuais referem-se à reposição da inflação medida pelo IPCA, em cálculo feito pela estatal.
Criada em 2012 pelo então governador Tarso Genro (PT), a EGR administra pontos que eram controlados pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e por concessionárias cujos contratos chegaram ao fim e não foram renovados. No caso das três estruturas herdadas do Daer, as tarifas são idênticas desde 2006. Nas outras 11, os valores foram reduzidos em 2013, quando a empresa pública passou a ser responsável pelas praças, e, segundo a EGR, voltaram ao patamar de 2007.
À época, a queda nos valores foi bem recebida pela população, mas havia dúvidas sobre o impacto da redução na capacidade de investimento da EGR. Integrantes do governo reconheceram que, se houvesse exigência de maior rapidez em obras de médio e longo prazo, seria necessário aumentar tarifas, o que nunca ocorreu.
A EGR
O que é
- A Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) foi criada em 2012 para administrar as estradas estaduais com pedágios.
-É responsável por praças até então geridas pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e por concessionárias privadas.
-Sua principal fonte de receita é a cobrança de pedágio, sendo que os valores são investidos nas rodovias onde são arrecadados.
-Os serviços e as obras da EGR são feitos por empresas terceirizadas, contratadas por meio de licitação.
Praças: 14
Perímetro: 901,37 quilômetros
Funcionários efetivos: 70
Folha bruta mensal: R$ 750 mil
Fluxo de veículos (2016): 41 milhões
Arrecadação líquida (2016): R$ 169,55 milhões
Situação financeira (2016): a empresa teve lucro líquido de R$ 13,62 milhões
Principais despesas (2016)
-Manutenção e conservação de vias: R$ 71,42 milhões (42,1%)
-Manutenção, conservação de instalações e operação das praças: R$ 39,6 milhões (26,4%)
-Investimentos em obras novas: R$ 19,25 milhões (11,4%)
- Serviços terceirizados: R$ 18,25 milhões (10,8%)