O presidente da União das Associações de Bairros (UAB), Valdir Walter, classificou o projeto da prefeitura de Caxias de desocupar os prédios das associações de moradores de bairros como um "desmonte do movimento comunitário". Ele disse ainda que a entidade se prepara para ingressar com uma ação na Justiça para evitar que deixem os imóveis.
Walter se reuniu com Daniel Guerra na tarde desta quinta-feira (10). O prefeito esclareceu os motivos para exigir a desocupação dos imóveis. A conversa, porém, não resultou em entendimento entre as partes.
Segundo Walter, muitos dos prédios exigidos pelo município foram construídos pelos próprios moradores, que realizaram uma força-tarefa para ceder materiais de construção. Eles ficam em áreas de uso comum que precisam ser obrigatoriamente reservadas quando há a criação de um novo loteamento. Somente a partir de 2000, segundo ele, o poder público passou a construir centros comunitários, ainda assim uma minoria. O presidente da UAB garante ainda que todos os imóveis possuem documentos que autorizam o uso dos espaços.
O principal imóvel exigido pelo município, porém, é a sede da UAB, no bairro Panazzolo. Walter diz que um contrato, assinado há 25 anos, que permite o uso do prédio por 99 anos.
"Só faltou ele dizer peguem as coisas de vocês e vão embora. A gente vai encrencar e encrencar muito", reclamou.
Na próxima terça-feira (15), a UAB deve realizar uma assembleia extraordinária com os presidentes de bairros. As notificações serão entregues a partir desta sexta (11), mas até as 9h30min Walter ainda não havia recebido nenhum documento.
O prefeito Daniel Guerra disse que um levantamento realizado pela prefeitura constatou que os moradores preferem UBSs, escolas e centros de assistência social do que centros comunitários. Ao todo 60 imóveis foram identificados pelo município.