O deputado federal José Otávio Germano, do Partido Progressista, não está sendo encontrado pela Justiça para ser intimado em processo da Operação Lava-Jato. Em despacho publicado em 1º de agosto, o ministro Edson Fachin determina que "expeça-se carta de ordem à Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Sul a fim de que se notifique o acusado José Otávio Germano nos endereços apontados para, no prazo de 15 (quinze) dias, oferecer resposta".
José Otávio Germano foi denunciado em abril deste ano pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot. Ele e o deputado Luiz Fernando Faria, do PP de Minas Gerais, são acusados de corrupção passiva "qualificada". Segundo as investigações, Faria e Germano teriam pago propina de R$ 200 mil ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para retribuir a inclusão da Fidens Engenharia no rol de empresas aptas a participar de grandes contratos da estatal.
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O advogado do deputado, Marcelo Bessa, afirma que ele estava em licença médica e que na próxima segunda-feira já está acertada a sua intimação.
Em delação premiada, Paulo Roberto Costa disse que nem chegou a pedir o dinheiro, entregue pelos parlamentares em um hotel de luxo no Rio de Janeiro como um "agrado".
"Não tratei nada de percentual com eles, não discuti nenhum assunto em relação a isso. Obviamente que, a empresa ganhando, deve ter dado uma comissão para eles. E aí eles me chamaram e falaram: 'Ó, a empresa mandou aqui um agrado para você'. A empresa mandou R$ 200 mil para mim. Não cobrei nada, não pedi nada", disse o delator.
A investigação contra Faria e Germano foi aberta em março de 2015, na primeira leva de inquéritos da Lava-Jato autorizados pelo então relator do caso, Teori Zavascki. Além da condenação, em pena que varia de 2 a 12 anos de prisão, a PGR quer que os deputados percam seus respectivos mandatos e devolvam R$ 1 milhão: R$ 200 mil pelos danos materiais causados à Petrobras e R$ 800 mil por prejuízos à sociedade, como "lesões à ordem econômica, à administração da justiça e à administração pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira".
José Otávio Germano responde a outras duas investigações resultantes da Operação Lava-Jato.