Quase metade dos brasileiros sente ser vizinha ao crime organizado ou de facção, indica uma pesquisa do Fórum de Segurança Pública feita pelo Instituto Datafolha. O estudo, divulgado nesta segunda-feira (28) no jornal O Estado de S. Paulo, não analisa os indicadores de violência (como número de roubos, mortes ou latrocínios), mas a percepção da população acerca do tema. Para 49% da população brasileira, sobretudo moradores de regiões metropolitanas, indivíduos da classe A e moradores do Sudeste, o tráfico mora ao lado.
O estudo foi feito com 2.087 voluntários em 130 cidades. Os pesquisadores propunham aos entrevistados a seguinte questão: "Você diria que a chance de existir crime organizado ou facção na sua vizinhança é...". As respostas disponíveis eram "alta", "média", "baixa" e "nenhuma". A margem de erro é de dois pontos porcentuais.
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No país, 23% dos entrevistados responderam que as chances de serem vizinhos ao tráfico eram altas, 26% disseram que a probabilidade era média, 24% afirmaram que as chances eram baixas e 23% responderam "nenhuma".
Indivíduos com maior renda tendem a ter mais medo
A percepção maior de violência aumenta para moradores de Regiões Metropolitanas, indivíduos com renda mais alta e habitantes do Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo).
No Sudeste, a percepção de ser vizinho ao tráfico foi vista como alta por 27% das pessoas, média por 26%, baixa por 23% e nenhuma por 20%. Em segunda lugar, fica o Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), onde 19% dos voluntários responderam que as chances são altas, 25% viram como probabilidade média, 29% como baixa e 23% como nenhuma.
Já para os mais ricos, a visão de que o crime organizado está nas redondezas foi apontada como alta por 35% dos entrevistados, média para 17%, baixas para 38% e nenhuma para 8%. Os números contrastam com as respostas de indivíduos das classes D e E, para os quais as chances são altas para 15% das pessoas, média para 25%, baixas para 22% e nenhuma para 31%.
Nas regiões metropolitanas, o sentimento de que o crime organizado mora ao lado foi considerado alto por 40% dos entrevistados e médio por 28%. Por outro lado, no Interior, apenas 12% dos entrevistados viam como altas as chances e 24% viam como média a probabilidade.