Depois de 11 dias, a Marinha suspendeu nesta terça-feira (22) as buscas pelo pesqueiro Dom Manoel XVI, que desapareceu em Rio Grande, no sul do Estado, na madrugada de 11 de agosto. Os corpos de dois tripulantes foram encontrados, e cinco pessoas ainda estão desaparecidas.
Em nota, a Marinha afirma que levou em consideração a baixa probabilidade de localizar a embarcação, em função do tempo decorrido, da temperatura da água e das condições do mar. Um inquérito administrativo foi instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do caso.
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O barco desapareceu próximo à costa de Rio Grande em meio à ressaca que atingiu o litoral do Estado. Na ocasião, o mar registrava ondas de até quatro metros na costa – acima de 2,5 metros é considerado ressaca – e de até seis metros em alto-mar.
Foram resgatados os corpos de Alcioni Manoel dos Santos, 53 anos, comandante do pesqueiro, e de Rubinei Cunha de Souza, 52 anos, localizados em pontos diferentes da região. Também foram encontrados dois coletes salva-vidas, uma boia, um bote e uma rede de pesca do Dom Manoel XVI.
Confira a nota divulgada pela Marinha nesta terça-feira (22):
A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 5º Distrito Naval, informa que suspendeu hoje (22), após conduzir por 11 dias ininterruptos, as buscas por sobreviventes da embarcação pesqueira "Dom Manoel XVI". O barco desapareceu a cerca de 15 quilômetros da costa de Rio Grande-RS, com sete tripulantes a bordo, na madrugada do dia 11 de agosto.
A suspensão levou em consideração critérios internacionais, como a baixa probabilidade de localização em função do tempo decorrido, a temperatura da água e o estado do mar.
Desde o primeiro momento, a Marinha priorizou a procura por sobreviventes, coordenando o emprego do Navio-Patrulha "Benevente", aeronaves da própria Força e também da Força Aérea Brasileira. A ação contou com o apoio da Rede Nacional de Estações Costeiras para a realização de chamadas via rádio (VHF), a fim de alertar as embarcações que navegavam nas proximidades e da comunidade pesqueira.
O amparo aos familiares das vítimas e a transmissão constante de informações também foram preocupações constantes da Marinha, que os atendeu, pessoalmente e por telefone, para prestar esclarecimentos acerca da condução das atividades relacionadas à busca por sobreviventes. Um inquérito administrativo foi instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do incidente.