A Microsoft lançou neste domingo um alerta sobre as vulnerabilidades em computadores, como aquelas que motivaram o ciberataque global de sexta-feira. A companhia é quem desenvolveu o sistema operacional Windows, que apresentava uma falha pela qual os hackers espalharam a ofensiva.
"Os governos do mundo devem tratar este ataque como um alerta", disse o presidente e diretor jurídico da Microsoft, Brad Smith, em uma postagem em que afirma que este é o maior ataque de ransomware já cometido.
Smith alertou para o perigo de que documentos com informações sensíveis de governos – como a lista da NSA nos Estados Unidos – que acabam caindo nas mãos de hackers e causando danos generalizados, como é o caso deste último, que afetou mais de 200 mil computadores em todo o mundo.
"É um cenário equivalente com armas convencionais seria o Exército dos EUA terem seus mísseis Tomahawk roubados", comparou Smith.
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O diretor argumentou que, no ciberespaço, os governos deveriam aplicar regras como as relativas às que vigoram para as armas convencionais no mundo físico.
Ele ressaltou que a Microsoft está solicitando uma "Convenção Digital de Genebra", que exigiria que os governos relatassem vulnerabilidades de computadores aos fornecedores, em vez de armazená-los, vendê-los ou explorá-los.
"Precisamos de governos que considerem o prejuízo causado aos civis em decorrência dessas vulnerabilidades", completou.
Depois de causar problemas em pelo menos 150 países, incluindo o Brasil, o megaciberataque deixou em alerta organizações que, até então, relegavam a segurança da informação ao segundo plano. Sobretudo na Europa e na Rússia, milhares de computadores foram afetados pela ofensiva cracker.
Os criminosos exigiram o pagamento em bitcoins (moedas virtuais) para reativar os sistemas infectados, fazendo vítimas entre gigantes do setor privado, como a Telefónica e a Renault, e órgãos do setor público, como hospitais na Inglaterra e o INSS no Brasil.