Convocada pelas centrais sindicais, a marcha contra as reformas e pela renúncia do presidente Michel Temer acabou em tumulto, na tarde desta quarta-feira, em Brasília. A Esplanada virou cenário de guerrilha urbana, com chamas, evacuação de prédios públicos, depredação, bombas de efeito moral, truculência e pessoas feridas.
Ao final da passeata, por volta das 14h, a Polícia Militar (PM) e parte dos manifestantes entraram em confronto quando um grupo de mascarados tentou furar a barreira na Avenida das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional. A área estava cercada por grades instaladas mais cedo e por um cordão formado por policiais.
Pouco depois das 15h15min, uma fumaça negra no céu da capital federal deu mostra da gravidade da situação. O fogo foi registrado no térreo do Ministério da Agricultura e, conforme o Corpo de Bombeiros, foi extinto pouco depois das 16h.
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Também houve focos de incêndio junto aos ministérios do Planejamento e da Cultura e depredação no da Integração Nacional. Para evitar problemas, a Casa Civil determinou a liberação de todos os funcionários. Em minutos, os ministérios foram evacuados, e a segurança do Planalto, reforçada.
A pedido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o presidente Michel Temer determinou a intervenção de tropas federais para conter o protesto. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante coletiva de imprensa. Jungmann disse que Temer considera a" baderna inaceitável".
A ação envolveu o uso de balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Há registros de manifestantes, policiais e de pelo menos um cinegrafista feridos. Alguns manifestantes montaram barricadas, colocando fogo em banheiros químicos e outros objetos.