O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Otto Baptista, e o assessor jurídico da entidade, Eglif de Negreiros Filho, estarão em Caxias do Sul nesta quinta-feira para falar sobre a relação entre prefeitura e médicos do SUS. Os profissionais estão em greve desde o dia 17 de abril e mais de 13 mil consultas já foram canceladas em função da paralisação no Sistema Único de Saúde (SUS).
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Os diretores da Fenam farão uma coletiva de imprensa às 10h desta quinta, na Associação Médica Caxias do Sul (Amecs), segundo o representante da comissão de greve, André Pormann. O assunto principal, segundo o médico, será o jeito com que a prefeitura está tratando a classe médica durante a greve. Na terça, o prefeito Daniel Guerra (PRB) esteve no Postão 24h em uma atividade chamada de gabinete itinerante, criado "para atuar diretamente onde a população está".
– O movimento de greve em Caxias já ficou conhecido nacionalmente e isso vem incomodando. É clara a falta de respeito do poder público com os médicos. Ações que estão sendo praticadas pela prefeitura estão denegrindo a classe – garante Pormann.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Caxias afirma que não há encontro agendado entre o prefeito e a diretoria da Fenam para esta quinta-feira.
Na tarde desta quarta, o representante da comissão de greve se reuniu com o vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu (ex-PRB, hoje sem partido) na prefeitura, em um encontro marcado por Fabris. O secretário municipal da Saúde, Fernando Vivian, também foi convidado a participar, mas ainda na terça disse, por meio de sua assessoria, que não compareceria pois o Executivo não reconhece a atuação de Fabris como vice-prefeito.
– A reunião foi muito proveitosa. Fabris se comprometeu a encaminhar ao prefeito e ao Ministério Público (MP) as demandas que foram discutidas, como a forma de cumprimento da jornada de trabalho dos médicos e os pontos envolvendo o reajuste salarial – adiantou Pormann.
Na semana passada, o Executivo anunciou que descontará novamente, da folha salarial dos médicos, faltas "injustificadas" constatadas durante o mês de abril. Desta vez, o valor a ser subtraído dos vencimentos será de R$ 363.197,95, referentes a 1.355 ausências de 91 servidores em razão da greve. No mês passado, outros R$ 409.787,11 foram descontados em decorrência as faltas do mês de março.