Em Porto Alegre, o momento mais tenso dos protestos convocados pelas centrais sindicais, em repúdio às reformas trabalhista e da Previdência, aconteceu no início da noite. Entre 19h e 20h, houve vários confrontos entre manifestantes e Brigada Militar. O grupo saiu das proximidades da Avenida Borges de Medeiros, por volta das 18h30min, e percorreu as ruas José do Patrocínio e Venâncio Aires e as avenidas Erico Verissimo, Ipiranga e Azenha. No bairro Cidade Baixa, o tapume de uma agência bancária foi chutado e a moto de um agente da EPTC foi derrubada por um manifestante.
No cruzamento das avenidas Ipiranga e Erico Verissimo, os policiais soltaram bombas de gás lacrimogêneo. O cruzamento foi isolado. Na sequência, os manifestantes seguiram em direção à Avenida Azenha e queimaram três contêineres, picharam frases de efeito na fachada de um shopping, arrancaram e queimaram tapumes que isolavam a frente de uma concessionária.
Na esquina da Rua Sebastião Leão com a Avenida João Pessoa, houve novo confronto, e o grupo dispersou. Alguns ainda tentaram depredar agências bancárias da região, mas foram impedidos pelos policiais. A Brigada Militar considerou que a situação estava controlada por volta das 20h15min.
Antes disso, à tarde, manifestantes percorreram a Avenida Júlio de Castilhos até o Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa. Não houve incidentes. Pela manhã, manifestantes interromperam a circulação de trens e ônibus e realizaram bloqueios em vias públicas. Em diversas rodovias, houve queima de pneus.
Em Caxias do Sul, o dia de mobilização foi marcado por paradas de ônibus vazias, saídas para a BR-116 e a ERS-122 bloqueadas, protestos na Praça Dante, diminuição da procura de clientes pelo comércio, aulas interrompidas, serviços à população restritos e até dois atropelamentos de manifestantes.
Além de sindicalistas, o ato contra as reformas da Previdência e trabalhista contou com categorias diversas, como agricultores, professores de colégios particulares e públicos e membros da Marcha Mundial das Mulheres. A movimentação teve início por volta das 5h, quando a garagem da Visate, na Rua Júlio Calegari, foi trancada por cavaletes – retirados às 10h – e os coletivos permaneceram estacionados, sem percorrer as ruas de Caxias.
Acompanhe como foi a cobertura:
Transporte
A Carris informou que os ônibus da companhia só voltarão a circular na madrugada de sábado. Já a EPTC destaca que rodoviários de todas as empresas permanecem em greve, sem previsão de retorno dos ônibus às ruas. Uma alternativa de transporte são os lotações, que estão operando normalmente, com a possibilidade de os passageiros ficarem de pé dentro do veículo. Táxis, aplicativos de transporte privado e vans escolares – que estão cobrando R$ 5 por passageiro – são outras opções.
Nas estradas federais da Região Metropolitana e do interior do Estado, não há mais nenhum bloqueio.
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