A 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF2) decidiu, nesta quarta-feira, mandar a ex-primeira-dama do Rio Adriana Ancelmo de volta à prisão, mas ela continuará em casa até o julgamento de todos os recursos do processo. A mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), preso em Bangu 8, prestará depoimento hoje ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, em Curitiba, sobre corrupção nas obras do Comperj.
Nesta quarta, o desembargador Abel Gomes, relator do processo, chegou a pedir à 7.ª Vara Federal Criminal do Rio a emissão do novo mandado de prisão preventiva contra Adriana. Desistiu da iniciativa após a defesa apresentar recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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Os desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo foram a favor da volta de Adriana ao sistema carcerário, enquanto o desembargador Ivan Athié defendeu que a ex-primeira-dama continuasse em prisão domiciliar. Ele defendeu que se trata de uma questão humanitária.
– Quero privilegiar a situação dos menores e não da mãe – afirmou Athié.
Ele acrescentou que as acusações contra a ré são "graves".
Presa na Operação Calicute, a ex-primeira-dama é acusada de corrupção e lavagem de dinheiro na organização criminosa que seria liderada por Cabral.
A defesa tem 10 dias para apresentar recurso. De acordo com o advogado Luís Guilherme Vieira, o embargo será entregue e, posteriormente, deve ocorrer novo julgamento, em que participam os desembargadores da Primeira e Segunda Turma Especializada do TRF2.
– Foi refeita uma decisão errada do tribunal, uma vez que não se tinha esgotado o julgamento – disse o defensor.
Adriana cumpre prisão domiciliar desde 29 de março, quando o juiz Marcelo Bretas decidiu conceder a mudança do regime de prisão.