As caminhadas de todas as manhãs foram substituídas por longos dias em cima da cama. A alegria de dançar nos bailes deu lugar à chateação por não poder mais praticar uma das atividades de que mais gosta. Há quase um ano, a aposentada Amélia Eugênio do Nascimento, 76 anos, da Capital, aguarda por uma cirurgia pelo Sus para colocação de uma prótese no joelho direito.
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Conforme a filha, a comerciante Rosemeri Inocêncio, 59 anos, há dois anos, Amélia tropeçou num degrau e caiu. Na hora, já sentiu dor e notou o joelho roxo da queda. Desde então, a dor se tornou uma companhia, e Amélia chegou a usar cadeira de rodas.
Exames identificaram a necessidade de cirurgia e de colocação de prótese. Segundo Rosemeri, após muito esforço, o nome de Amélia foi incluído na lista para realizar a operação no Hospital Cristo Redentor. Entretanto, até o momento, ela ainda não foi chamada.
– Depois de um sufoco, conseguimos o encaminhamento para a cirurgia. O problema é que a fila não anda. Estamos sempre monitorando, e pouquíssimas pessoas foram chamadas – conta Rosemeri.
A demora em colocar a prótese está fazendo com que a cartilagem do joelho se desgaste ainda mais. Há dias, segundo Rosemeri, que Amélia passa o dia deitada por não aguentar a dor na perna. Como paliativo, toma uma injeção de Duoflam a cada 20 dias – que serve, entre outros fins, para tratar dores crônicas agudas e alterações osteomusculares.
– Ela não pode mais esperar, é uma situação urgente – queixa-se Rosemeri.
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Espera prolongada até dezembro
A Secretaria da Saúde de Porto Alegre informou que Amélia não está mais na regulação municipal e que a responsabilidade agora é do Grupo Hospitalar Conceição (GHC).
A assessoria de comunicação do Hospital Cristo Redentor, coordenado pelo GHC, confirmou que realmente existem 44 pessoas na fila de espera na frente de Amélia para cirurgia eletiva de joelho. O hospital é prioritariamente uma emergência traumatológica.
Entretanto, também realiza cirurgias eletivas de colocação de próteses. Segundo a instituição, são feitas de 20 a 25
operações de colocação prótese de quadril ou joelho por mês no Cristo Redentor, incluindo as emergenciais e as eletivas. A previsão é que dona Amélia seja operada até o final deste ano.