A partir da 0h desta quarta-feira pós-Carnaval, a fase B da usina termelétrica do município de Candiota, da CGTEE, será desativada. O motivo da fechamento da unidade, com capacidade para produzir 180 megawatts (MW) ao mês de energia originada do carvão, é o impacto ambiental. Como possui maquinário antigo, o Ministério Público apontou que estavam sendo gerados danos à natureza.
Na tentativa de corrigir os problemas, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado entre órgãos como MP, CGTEE, ministérios de Minas e Energia e do Meio Ambiente e Ibama. Foi dado um prazo de cinco anos para as correções, mas, depois de tentativas frustradas, a opção foi por desativar. Para continuar operando, a fase B de Candiota precisaria de um aparelho chamado dessulfurizador, uma espécie de filtro avaliado em cerca de R$ 400 milhões.
A CGTEE tentou adquirir o equipamento via licitações internacionais, mas prevaleceu a avaliação de que seria um investimento muito alto para o retorno oferecido pela unidade. A fase B de Candiota, embora desativa, permanecerá em "reserva fria". Isso significa que, em uma situação de emergência, ela poderá ser religada para gerar energia. Também considerada antiga e poluidora, a fase A da termelétrica terá o mesmo destino, mas ela teve a sua operação estendida até 31 de dezembro de 2017. O prolongamento foi necessário porque a unidade mais moderna do parque de Candiota, a fase C, ainda depende do vapor gerado pela A para operar. Depois de desfeita essa relação de dependência, em dezembro, será processada a desativação.
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Todas as três unidades da usina termelétrica de Candiota, na região sul do Estado, ficam no mesmo terreno. Juntas, elas têm capacidade para gerar cerca de 650 MW ao mês. Mas, ultimamente, não estava sendo atingida sequer a metade deste potencial. Além do maquinário antigo de parte da operação em Candiota, a geração de energia a carvão sofreu com os custos altos de produção e a questão ambiental. A CGTEE também já enfrentou problemas de gestão.
O governo federal avalia o futuro da empresa. A fase C, mais moderna e com capacidade para gerar 350 megawatts, será a única a manter atividade. A redução levará ao enxugamento do quadro. Servidores terceirizados foram dispensados e planos de demissões voluntárias estão em elaboração.Uma das possibilidade é que a CGTEE, hoje com 580 servidores entre a usina em Candiota e os escritórios em Porto Alegre, seja fundida com a Eletrosul, com sede em Florianópolis e atuação em hidrelétricas, parques eólicos e redes de transmissão.