Em Serra Talhada, Pernambuco, onde inaugurou sede do Instituto Federal (IF) nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer (PMDB) disse que não pode "dar palpite" sobre a decisão da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármem Lúcia, de manter sigilo sobre as delações da Odebrecht, homologadas nesta segunda-feira.
– Ela manteve o sigilo e essa é uma decisão do Judiciário, eu não posso dar palpite em delação – afirmou.
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Questionado se não temia vazamentos seletivos e de que forma eles poderiam prejudicar o seu governo, Temer disse "eu não sei".
– De vez em quando sai um ou outro, mas eu confesso que estando lá no Supremo eu duvido que haja vazamento – afirmou, destacando que conhece "a seriedade, a competência, a extraordinária capacidade administrativa e judicial da presidente Cármen Lucia".
– Tenho certeza de que vazamento não haverá – reforçou.
Cercado de ministros pernambucanos, o presidente não respondeu sobre o impacto do possível envolvimento de auxiliares nas delações e se isso afetaria a reforma ministerial.
Temer também considerou "correta" a decisão da presidente do STF de homologar as 77 delações da Odebrecht.
– Acho que a presidente Carmem Lúcia, que até tinha pré-anunciado sua decisão para hoje ou amanhã, fez o que deveria fazer. E nesse sentido fez corretamente – disse.
Em outras ocasiões, Michel Temer tinha afirmado que a homologação das delações, antes da escolha do novo ministro do STF, poderia atrapalhar as ações do governo e a economia do País.
*Estadão Conteúdo