Depois de disparar em 2015, o Índice de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, voltou a ficar dentro da meta estipulada pelo governo e fechou o ano de 2016 em 6,29%. Em dezembro, a alta foi de 0,28%, pressionada pelo aumento do custo das passagens aéreas e da gasolina. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Em 2015, o índice havia avançado 10,67%.
O que mais pesou no bolso do brasileiro no ano passado foi o aumento de preços de alimentação e bebidas, com alta de 8,62%. Não foi o aumento mais forte entre todos os tipos de gastos analisados pelo IBGE, mas seu peso é o maior no cálculo do IPCA.
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Apesar de alguns alimentos, como batata inglesa (-29%) e o tomate (27%), apresentarem queda nos preços, outros produtos importantes na mesa do brasileiro exerceram pressão contrária, como o farinha (46,58%), açúcar (23,6%) e frutas (22,67%) tiveram aumento expressivo.
O preço de todos os grupos pesquisados pelo IBGE desaceleraram em 2016 em comparação com 2015. A exceção foi o item saúde e cuidados pessoais, com alta de 11,04%. Um ano antes, a variação havia sido de 9,23%. A maior pressão veio das mensalidades dos planos de saúde (13,55%), que teve sua variação acumulada mais alta desde 1997. Já a alta acumulada dos remédios (12,50%) foi a mais elevada desde 2000. Destacam-se, ainda, no grupo, os artigos de higiene pessoal (9,49%).
No mês de dezembro, os principais impactos individuais vieram das passagens aéreas, com alta de 26,29% e da gasolina (1,75%) e do cigarro (4,80%). O peso destes três itens juntos foi equivalente a 73% do IPCA do mês.
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Em 2015, os chamados preços administrados foram os principais responsáveis pela alta da inflação no patamar de dois dígitos. Os itens cujos preços são controlados pelo governo, como energia, gasolina, gás de cozinha e plano de saúde, tiveram as altas mais expressiva e o índice oficial ficou em 10,67% nos 12 meses. As contas de energia elétrica aumentaram 51% em média.Com as fortes altas de energia, gasolina (20,10%), ônibus urbano (15,09%), taxa de água e esgoto (14,75%) e gás de botijão (22,55%), o ano de 2015 fechou com uma alta de 18,08% nos preços administrados.
O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos de 10 regiões metropolitanas, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília.
No cálculo do índice de dezembro, por exemplo, foram comparados os preços pesquisados de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2015 (referência) com os preços vigentes de 28 de outubro a 27 de novembro de 2015.