O advogado Ademir Costa Campana, que defende Jeferson Bueno, 29 anos, motorista do Camaro que atropelou três pessoas na madrugada de Réveillon nos Ingleses, causando a morte de uma delas, afirma que seu cliente só saiu do local do acidente depois de acionar a ambulância. Além disso, afirma que Jeferson saiu por medo de ser linchado por populares que testemunharam o atropelamento. Ele pede a revogação da prisão.
Campana contou à reportagem da Hora que foi procurado por Jeferson ainda no domingo, dia 1°, na cidade de Taquara, no Rio Grande do Sul, Estado de origem do motorista.
– Ele relatou tudo que ocorreu no dia. Explicou que ele vinha andando na SC-403 e de repente sofreu um abalroamento – afirma o advogado.
A defesa está interessada em esclarecer os fatos porque, segundo Campana, "no primeiro momento se noticiou que ele teria atropelado e fugido".
– O delegado se precipitou em pedir a prisão preventiva sem antes examinar as imagens. Elas são claras. Ele vinha andando e um Audi invade a pista, dá o impacto e ele é jogado pra fora. Providenciou com alguns populares a chamada da ambulância. Ele só saiu do local em razão do fato de que estava sendo ameaçado, tanto que o condutor do Audi apanhou. Isso justifica a saída do meu cliente, saiu com medo de um linchamento – defende Campana.
O advogado explica também que Jeferson estava em uma pousada com a família, próximo do local. De acordo com ele, foi por medo de represália que o motorista deixou rapidamente o imóvel e voltou para o RS, onde entrou em contato com Campana.
Ele ainda afirma que a PM errou também em não ter realizado exame do bafômetro no condutor do Audi (ele se apresentou na delegacia). Campana ainda garante que seu cliente transitava em velocidade entre 80 e 85 km/h no momento do acidente.
– Meu cliente está abaladíssimo, ele é de uma família humilde, honesta. Não tem antecedentes, é trabalhador – diz o advogado. Para Campana, "o motorista do Audi é o real causador da tragédia".
Defesa pede revogação da prisão
Segundo o advogado Campana, uma equipe que atua em Santa Catarina vai entrar com pedido de revogação da prisão de Jeferson, que já foi emitido pela Justiça catarinense.
– Meu cliente não bebeu, não usa drogas, isso será demonstrado durante o processo – garante o advogado.
De acordo com Campana, se não houvesse o pedido de prisão, o motorista já teria se apresentado.
– Ele diz que é tão vítima quanto os que estão hospitalizados. A minha orientação é se apresentar, mas por enquanto ele não vai se apresentar – afirma Campana, que diz que seu cliente está em Porto Alegre.
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