O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta sexta-feira abertura de inquérito para apurar o envolvimento do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), no âmbito da Operação Lava Jato. A suspeita é de crime de corrupção passiva. As informações são do portal de notícias G1.
A pedido da PGR, um ministro da corte especial do STJ, formada pelos 15 juízes mais antigos da Casa e responsável por casos em que os envolvidos têm foro privilegiado, analisou e autorizou a abertura de inquérito para investigar Raimundo Colombo. O objetivo é apurar menção ao governador catarinense em planilhas apreendidas durante uma das fases da Lava-Jato e que apontam repasses da construtora Odebrecht a políticos.
Os documentos foram remetidos ao STJ pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná, responsável pela Lava-Jato na primeira instância da Justiça Federal, em razão do foro privilegiado dos governadores. Este inquérito aberto pelo STJ não tem relação com a delação premiada em curso assinada por 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht.
Agora as investigações serão conduzidas pelo Ministério Público Federal, pela Polícia Federal e também pelo STJ. No fim da apuração, em caso de haver indícios, o MPF pode oferecer denúncia contra o governador. Caso contrário, o inquérito é arquivado.
Ainda de acordo com o G1, além de abrir o inquérito, o STJ também determinou a coleta de provas pedidas pela Procuradoria, entre elas dados telefônicos de um assessor do governo de Santa Catarina, André Agostini Moreno, alvo de condução coercitiva em Florianópolis na 26ª fase da Lava-Jato, intitulada Operação Xepa, que se concentrou no Grupo Odebrecht.
A Secretaria de Estado de Comunicação emitiu uma nota de esclarecimento sobre o caso. Confira na íntegra:
O governo do Estado esclarece sobre as divulgações de supostos recursos repassados para Santa Catarina pela empresa Odebrecht.
A empresa não tem em Santa Catarina, desde 2011, início do atual governo, nenhum contrato, não executa nenhuma obra pública ou realiza qualquer serviço do Estado.
O governo do Estado aguarda as investigações.
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