A 11ª pessoa a prestar depoimento pela acusação no júri popular de Luis Paulo Mota Brentano, ex-PM acusado de matar Ricardo dos Santos, o Ricardinho, em 19 de janeiro de 2015, foi a mãe do surfista. Luciane dos Santos falou por quase meia hora. Em diversos momentos ela fez pausas para chorar.
A juíza Carolina Ranzolin Fretta entendeu a situação e concedeu alguns instantes para que Luciane pudesse se recuperar. Os momentos mais complicados para ela foram quando teve que falar sobre o filho e as lembranças dos dois.
– Todo mundo adorava ele – lembrou a mãe.
Promotor e advogados de defesa não quiseram fazer perguntas a ela. Antes de terminar, Luciane pediu para concluir:
– Não há justiça no mundo que vai trazer meu filho de volta. A maior pena somos nós que vamos pagar por não ter mais o Ricardo de volta. Mas somos obrigados a pedir justiça e acredito nela.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 19 de janeiro de 2015. Segundo a denúncia do Ministério Público (MP), o então policial militar Luis Paulo Mota Brentano estava na Guarda do Embaú, em Palhoça, passando férias com o irmão de 17 anos. No dia anterior, afirma o MP, os dois teriam ingerido bebidas alcoólicas de maneira excessiva até a manhã seguinte.
Por volta de 8h, Mota teria dirigido o próprio carro embriagado até a entrada de uma residência, exatamente onde seria feita por Ricardinho uma obra de encanamento. Depois disso, relata a denúncia, o surfista e o avô, Nicolau dos Santos, teriam pedido ao policial que retirasse o veículo do local, mas Mota se negou e chegou a afrontá-los.
Do interior do veículo, explica a denúncia feita pelo Ministério Público de Santa Catarina, o policial teria atirado três vezes contra Ricardinho, sendo que duas balas atingiram o surfista. Leandro Nunes, advogado de defesa do acusado, afirma que Mota reagiu em legítima defesa, "diante de ataque de Ricardo dos Santos".
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